Dados do Trabalho


Título

Sistema de Vigilância da Resistência aos Antimicrobianos da Hanseníase no Brasil por sequenciamento genético

Introdução

A rede de vigilância para a resistência antimicrobiana em hanseníase no Brasil é composta por Unidades Sentinelas (US), Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens) e Laboratórios de Referência. As US são serviços de referência no âmbito municipal, regional ou estadual selecionados pela Coordenação Estadual de Hanseníase segundo critérios definidos pelo MS. Os Lacens são responsáveis pelo controle de qualidade das amostras e pelo envio das amostras para os Laboratórios de Referência, e estes, responsáveis pela realização das análises por sequenciamento direto de DNA.

Objetivo (s)

Descrever o sistema de Vigilância da Resistência aos Antimicrobianos (RAM) da Hanseníase no Brasil por sequenciamento direto de DNA.

Material e Métodos

Foram feitas consultas às publicações da OMS e MS e considera-se como RAM para hanseníase a identificação de mutações específicas (folP1|dapsona; rpoB|rifampicina; gyrA|quinolona). De acordo com a literatura, atualmente apenas essas mutações estão relacionadas com a RAM na hanseníase.

Resultados e Conclusão

A biópsia de pele é realizada nas US, enviada ao Lacen e encaminhada ao Laboratório de Referência Nacional que assiste à sua UF. Cada Laboratórios de Referência Nacional é responsável pela avaliação das amostras biológicas das seguintes UFs. No momento, há 208 unidades de saúde ativas na rede, distribuídas em 150 municípios, com pelo menos uma unidade sediada em cada UF. Destas, 44 (21,15%) são da APS, 131 (62,98%), da atenção secundária e 32 (15,38%), da atenção terciária, conforme CNES. Para registro dos dados da vigilância foi desenvolvido um sistema de informação on-line que permite a notificação dos casos de hanseníase selecionados para a investigação da RAM, registro dos resultados laboratoriais e acompanhamento dos casos resistentes, disponibilizando a informação em tempo real. Um dos maiores desafios da rede de vigilância é ampliar o número de amostras investigadas. Nesse sentido, recentemente foi incorporado ao SUS um teste diagnóstico para RAM que permitirá uma investigação mais ampla, rápida e próxima da unidade sentinela, fortalecendo assim, a rede de vigilância no país. Neste novo formato da rede de vigilância, caberá aos Laboratórios de Referência o apoio aos casos inconclusivos com a realização do sequenciamento genético e a pesquisa de novas mutações que possam estar associadas resistência.

Palavras Chave

Hanseníase; Vigilância em Saúde Pública; vigilância laboratorial; Resistência antimicrobiana

Área

Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras

Autores

Alexandre Casimiro de Macedo, Marcela de Carvalho Campos, Patrícia Pereira Lima Barbosa, Daniele dos Santos Lages, George Jo Bezerra Sousa, Margarida Cristiana Napoleão Rocha Rocha, Ciro Martins Gomes