Dados do Trabalho
Título
Análise da carga viral do colostro de puérperas vivendo com HIV em uso de terapia antirretroviral (TARV)
Introdução
A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ocasiona uma imunodeficiência nos pacientes, tornando-os suscetíveis a infecções com desfechos desfavoráveis. A relação HIV/AIDS e desenvolvimento social e econômico tornou-se um ponto central nas discussões sobre as respostas para a epidemia. Nas gestantes, a transmissão do HIV ocorre de modo vertical, através da troca de fluídos materno-fetal, no parto e aleitamento materno. A amamentação é conhecida como uma prática com diversos benefícios para o binômio mãe/neonato, proporcionando proteção imunológica, reduzindo a taxa de mortalidade por doenças infecciosas entre outros benefícios. Contudo, devido ao risco de transmissão vertical, a prática de amamentação de mães vivendo com o HIV é contraindicada e seus benefícios suprimidos. Com o avanço da TARV (Terapia AntiRretroViral) e o alcance de níveis virais indetectáveis no soro de pacientes que vivem com o HIV, faz-se necessária a reavaliação do risco de transmissibilidade por intermédio do leite humano.
Objetivo (s)
Determinar a carga viral do vírus HIV no colostro de puérperas vivendo com o HIV através da técnica de PCR em Tempo Real (qRT-PCR).
Material e Métodos
Trata-se de um estudo epidemiológico transversal onde foram selecionadas gestantes atendidas (método de Cochran; 29 gestantes com um nível de confiança de 95% e uma margem de erro de 10%), com diagnóstico de infecção pelo HIV em tratamento com a TARV que apresentaram carga viral indetectável na 34ª semana de gestação no ambulatório de obstetrícia do HUGG/UNIRIO. As amostras foram processadas e a quantificação da carga viral do HIV- 1 foi feita através da técnica de qRT-PCR usando o teste Cobas® HIV-1 utilizando o sistema automatizado Cobas® 4800 (Roche). O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Gafrée e Guinle sob o CAAE n. 61885722.1.0000.5258.
Resultados e Conclusão
Das 13 amostras analisadas, seis foram indetectáveis, quatro abaixo do limite de detecção e duas apresentaram carga viral detectáveis (20,3 e 106 cópias/mL). Observou-se que os pacientes com carga viral indetectável tinham um histórico de uso prévio de TARV antes da gravidez ou iniciaram a TARV no primeiro trimestre da gravidez. Já os pacientes abaixo do limite de detecção tiveram carga viral detectável em algum momento durante a gravidez. Este estudo pode levar a uma nova visão sobre transmissão vertical no aleitamento em mulheres convivendo com o HIV em uso contínuo da TARV e reavaliar contraindicação do aleitamento por puérperas nesta condição.
Palavras Chave
vírus HIV; púerperas; colostro; TARV; qRT-PCR
Área
Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras
Autores
Raphaela Barbosa Gonçalves Souza, Renata Dias Reis, Julia Rodrigues Carvalho Ancora Luz, Thais Moraes Araújo, Julia Freitas Fernandes Santos, Carolina Romão Azevedo, Luiz Claudio Pereira Ribeiro, Bárbara Motta, Gustavo Mourão Rodrigues, Regina Rocco, Rafael Braga Gonçalves