Dados do Trabalho

Título

Surto de micobacteriose cutânea no estado de Boa Vista, Roraima.

Objetivos(s)

As micobactérias não tuberculosas (MNT) são um grupo de mais de 125 espécies que já foram responsáveis por doenças humanas. Mycobacterium abscessus é um dos representantes do grupo. Assim, embora não comum, a infecção por M. abscessus pode se manifestar como infecção cutânea, podendo ser relacionada a procedimentos estéticos invasivos com o uso inadequado de equipamentos e materiais contaminados. Diante disso, o trabalho em questão visa relatar um surto de micobacteriose cutânea em procedimentos estéticos na cidade de Boa Vista, Roraima, entre os anos de 2021 a 2024.  

Relato do Caso

Surgiram 7 casos de pacientes femininas, com idade entre 28 e 55 anos, após histórico de procedimentos estéticos em duas clínicas específicas da cidade supracitada, não regulamentadas para tal procedimento. Com relação às intervenções estéticas dos casos, seis deles foram por aplicação de enzimas lipolíticas nas regiões abdominais e/ou dorsal e uma por aplicação de ácido hialurônico na região glútea. Os sinais e sintomas comuns entre essas pacientes foram exacerbação dos sinais flogísticos, nodulações, abscessos e ulcerações com fistulização espontânea nos locais de aplicações. Todas as pacientes foram submetidas à coleta de material para cultura com crescimento de micobactéria, 6 apresentaram resultado positivo M. abscessus, e uma sem identificação da espécie. Por fim, embora a falta de um protocolo específico de tratamento para os casos e a dificuldade de acesso a antimicrobianos mais potentes tenham impactado consideravelmente o manejo, foram realizadas duas fases de tratamento, sendo uma de ataque e outra de manutenção conforme os resultados dos testes de sensibilidade. Atualmente, ainda há pacientes em tratamento.   

Conclusão

Foram apresentados 7 casos em pacientes com infecção por micobactérias não tuberculosas (MNT). Nesse sentido, sabendo da relevância do assunto frente à pressão estética existente, reitera-se a importância das boas práticas e controle sanitário adequado para amenizar o alto risco de complicações. Diante da falta de resposta aos antimicrobianos comuns, é necessário educar sobre procedimentos estéticos em locais seguros e sob supervisão adequada.