Dados do Trabalho

Título

Análise do perfil epidemiológico da Febre do Oropouche na Região Norte do Brasil no período de 2023 ao primeiro semestre de 2024

Introdução

A Febre do Oropouche (FO) é uma arbovirose, a qual tem como vetor o Culicoides paraensis, mais conhecido como Maruim, o qual é comumente encontrado na região tropical ao norte do país. O vírus do Orpouche (OROV) pertence à família Peribunyaviridae, gênero Orthobunyavirus e é considerado um arbovírus de grande importância para o cenário epidemiológico de infecções humanas na região amazônica. Seus sinais clínicos são muito semelhantes aos da dengue, o que leva a uma dificuldade no diagnóstico diferencial, especialmente em áreas endêmicas para a dengue. Como resultado, a FO frequentemente é subnotificada, passando despercebida pelos sistemas de vigilância em saúde pública. Essa subnotificação contribui para uma compreensão limitada da real amplitude da doença e impede a implementação de medidas adequadas de controle e prevenção.

Objetivo (s)

Avaliar o perfil epidemiológico e clínico da Febre do Oropouche na Região Norte do Brasil durante o ano de 2023 e o primeiro semestre de 2024.  

Material e Métodos

A coleta de dados secundários foi realizada utilizando o repositório do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e o Centro Nacional de Inteligência Epidemiológica (CNIE). Em seguida, foi efetuada uma análise descritiva-qualitativa dessas informações.

Resultados e Conclusão

No período analisado, foram notificados em todo o Brasil 831 casos no ano de 2023, sendo 100% destes decorrentes da região norte,  e  7.497 casos no primeiro semestre do ano de 2024, onde a Região Norte obteve um total de 5.530 (73,76%) casos confirmados. O estado com mais casos no ano de 2023 foi o Amazonas, com 54,99% do casos, seguido do Acre com 21,41%, Roraima com 18,29% e os outros estados somaram 5,29%. Já em 2024 o estado com mais casos foi novamente o Amazonas com 58,35% de positivos, seguido de Rondônia com 30,90%, Acre com 4,79%, e os outros estados somaram 5,93% dos casos. A faixa etária mais acometida ao longo de todo o período foi de 30-39 anos acumulando 21,38% dos casos diagnosticados, seguida por 20-29 anos com 21,36% e 40-49 anos com 17,72%. O sexo masculino foi o mais acometido, resultando em 52,38% dos casos. A análise destaca a necessidade de vigilância contínua e estratégias específicas para reduzir a FO na Região Norte do Brasil, onde fatores como clima e densidade populacional favorecem sua prevalência. Pode-se atribuir o aumento de casos em 2023-2024 à nova abordagem laboratorial sentinela dos Lacen, que busca identificar outros patógenos além dos arbovírus transmitidos pelo Aedes aegypti.

Palavras Chave

Febre do Oropouche; Perfil epidemiológico; Região Norte; Arbovirus; Saúde Pública