Dados do Trabalho

Título

Um panorama da prevalência de toxoplasmose gestacional nas regiões brasileiras entre 2019 e 2023.

Introdução

 A toxoplasmose resulta de infecção causada pelo Toxoplasma Gondii, comumente encontrado em fezes de gato, alimentos contaminados e também pode ser transmitida verticalmente, quando a mulher apresenta a infecção aguda durante a gestação. Nesse viés, sabe-se que muitos acompanhamentos em saúde foram prejudicados entre 2019 e 2023 por conta da pandemia de COVID-19 e o pré-natal de qualidade possivelmente é uma delas, sem literatura debatendo essa grave enfermidade no novo cenário.      

Objetivo (s)

Analisar a prevalência de toxoplasmose gestacional nas regiões brasileiras entre 2019 e 2023. 

Material e Métodos

O estudo é do tipo ecológico com abordagem quantitativa, realizado com dados do sistema de informações hospitalares do SUS (SIH/SUS), sendo o período analisado entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023. Os participantes foram gestantes na faixa etária de 10 a 59 anos que apresentaram toxoplasmose. Foram coletados dados sobre faixa etária, região brasileira, raça e ano, considerando o CID 10 O98.6 e excluindo perfis não compatíveis. Os dados foram inseridos em tabelas que permitem a comparação de casos por faixa etária e raça em cada região. 

Resultados e Conclusão

 No período, foram obtidos um total de 55.716 casos. O Sudeste apresentou a maior prevalência (17.351 casos), seguida do Nordeste (16.659), Sul (10.714), Norte (6.784) e Centro-Oeste (4.208).  É visto uma discrepância na prevalência a cada 10.000 habitantes na região Sudeste (0,45 casos) e Centro Oeste (0,58) em relação ao Norte (0,78), Nordeste (0,72) e Sul (0,75). Há uma predominância entre 20 a 39 anos em todas as regiões, sendo o ano de 2023 o de maior ocorrência. Observou-se um aumento gradual do número de casos, com variações mínimas em determinados anos, refletindo uma tendência comum em estatísticas epidemiológicas. Pardos apresentaram a maior prevalência, em especial no Nordeste, seguido por brancos, pretos, ignorados/branco, amarelos e indígenas por fim. Com esses dados, conclui-se que é essencial investigar a causa da discrepância de casos por habitantes do Sul, Norte e Nordeste em relação às demais regiões e o aumento progressivo dos casos, o que pode ter relação com as condições sanitárias, qualidade do pré-natal e qualidade do rastreio de cada região. Isso frente a uma doença que causa comorbidades importantes facilmente preveníveis com o pré natal adequado, necessitando, portanto, investigações mais profundas acerca dessa temática.

Palavras Chave

Toxoplasmose; gestação; Pandemia; Epidemiologia; Brasil