Dados do Trabalho
Título
Análise Molecular de Isolados de Salmonella spp. de origem animal: Resistência às Polimixinas revelada pelo Sequenciamento do Genoma Completo
Introdução
Salmonella spp. são agentes que ocasionam doenças transmitidas por água e alimentos, além de causarem doenças invasivas graves. A detecção de perfis de resistência aos principais antibióticos destaca a necessidade urgente de novas opções terapêuticas, como as polimixinas. Em 2015, foi documentado o primeiro caso de resistência às polimixinas, mediado pelo gene mcr (mobile colistin resistance), que se disseminou por múltiplos continentes, gerando preocupação global em saúde pública.
Objetivo (s)
Este estudo teve como objetivo identificar e caracterizar os mecanismos de resistência às polimixinas em cepas de Salmonella spp.
Material e Métodos
O DNA genômico foi extraído para construção de bibliotecas de DNA. Em seguida, realizou-se o sequenciamento completo do genoma utilizando a tecnologia Illumina, seguido pela análise subsequente dos dados.
Resultados e Conclusão
Os 102 isolados resistente a colistina no teste padrão ouro (microdiluição em caldo) foram reativados e realizou-se o sequenciamento de genoma completo para confirmação da presença do gene mcr e a analise dos genes pmrA/B e phoP/Q para verificar a presença de mutações pontuais associadas a resistência antimicrobiana . Surpreendentemente, nenhum dos isolados resistentes à colistina no teste de difusão apresentava quaisquer das variantes mcr (mcr-1 a mcr-10). O WGS identificou que as mutações mais comuns foram encontradas em pmrA (n = 22; T89S) e pmrB (n = 24; M15T, G73S, V74I, I83A, A111V). Outros determinantes de resistência também foram detectados, como o gene aac(6′)-Iaa em 72 isolados, enquanto outros carregavam genes de beta-lactamase (blaTEM-1, blaCTX-M-2, blaCMY-2). Além disso, foram detectados genes associados à resistência à fluoroquinolona (qnrB19, qnrS1, oqxA/B) em 11 isolados. Com a realização do presente trabalho foi possível constatar que alguns sorovares de Salmonella, principalmente do grupo D1, podem ser intrinsicamente resistentes a estas drogas. Além disso, verificamos que o gene mcr-9 está albergado em plasmídeos epidêmicos e pode estar sendo disseminado silenciosamente. Este estudo confirma a necessidade de monitorar e pesquisar os mecanismos que conferem resistência a colistina, para permitir estratégias eficazes para preservar a eficácia dos antibióticos no futuro, e que devemos implementar ações de prevenção da disseminação da resistência ao nível da medicina humana, da medicina veterinária e do meio ambiente.
Palavras Chave
Salmonella; colistina; plasmídeos; resistência
Área
Eixo 18 | Resistência a antimicrobianos e novas abordagens não antibióticas
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Monique Ribeiro Tiba-Casas, Thais Monique Vieira, Gisele Lozano Costa, Karoline Rodrigues Campos, Claudio Tavares Sacchi, Jacqueline Boldrin de Paiva, Marcela da Silva Rubio, Eneas Monique Carvalho, Alef Janguas Costa, Carlos Henrique Camargo