Dados do Trabalho

Título

Monitorando o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase: Um estudo de acuraria do teste rápido na avaliação de contatos intradomiciliares de hanseníase

Introdução

É uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae e pelo Mycobacterium lepromatosis. (1). Os contatos intradomiciliares têm maior risco de adoecer, em virtude do tempo de convívio prolongado com o caso índice (2,3,4). O diagnóstico é predominantemente clínico, podendo ser impreciso devido à semelhança da hanseníase com outras condições dermatológicas (5). Assim, a utilização de testes laboratoriais rápidos, realizados no ponto de atendimento ao paciente, desponta como ferramenta essencial para o diagnóstico precoce da doença (6,7).

Objetivo (s)

Testar a acurácia da sorologia em paralelo, no diagnóstico da hanseníase em contactantes de casos índice

Material e Métodos

Trata-se de um estudo observacional transversal para avaliar a acurácia do teste rápido, ML Flow, na detecção de hanseníase em contatos domiciliares, em um contexto de vida real, conforme o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase (1). Foram incluídos contatos atendidos entre setembro de 2022 e abril de 2024, com realização de exames clínicos, baciloscopia, teste rápido e qPCR. Avaliou-se sensibilidade, especificidade e acurácia diagnóstica. Utilizou-se o programa OPENEPI para análise estatística, com significância de 95% (IC95%). Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília – UNB (CAAE 60457522.5.0000.5558). 

Resultados e Conclusão

Foram incluídos 261 contantactantes intradomiciliares de casos de hanseníase, sendo 102 (39,1%) do sexo masculino e 159 (60,9%) do sexo feminino. A média de idade dos contactantes foi de 35,51 anos, com desvio padrão de 19,19. Houve positividade do ML Flow em 27,2% (71/261) dos contatos domiciliares, destes 67,6% (48/71) eram contatos consanguíneos. O protocolo de avaliação aplicado detectou 22(8,4%) casos de hanseníase ativa, em 45,5% (10/22) dos casos diagnosticados o teste rápido foi reagente. A melhor acurácia foi alcançada com o uso do exame clínico com 98,08% de acurácia, 77% de sensibilidade e 100 % de especificidade. O teste rápido apresentou acurácia, 72,03%, 45,45% de sensibilidade e 74,48% de especificidade. A avaliação dos testes em paralelo, sendo considerada a positividade de ao menos um dos testes complementares em (qPCR ou TR) apresentou acurácia de 73,56%, sensibilidade de 63,64% e especificidade de 74,48%. Avaliar contatos é essencial no controle da hanseníase. O diagnóstico ainda depende, principalmente, de critérios clínicos, mas a combinação com TR pode mitigar possíveis riscos de tratamentos indevidos.

Palavras Chave

Hanseníase; contatos intradomiciliares; teste rápido; vigilância de contato