Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO IN SILICO E IN VITRO DA ATIVIDADE ANTI-Leishmania infantum DE UM DERIVADO DE CICLOHEXIL-1,2,4-OXADIAZOL
Introdução
Há mais de 12 milhões de pessoas infectadas com a leishmaniose. Como complicador, é uma doença negligenciada, uma vez que os países acometidos são subdesenvolvidos e os tratamentos disponíveis são antigos, tóxicos, necessitando de um longo período de administração parenteral e com eficiência limitada. O anel heterocíclico oxadiazol tem diversas atividades biológicas, incluindo atividade leishmanicida já demonstrada pelo nosso grupo, tornando esses compostos candidatos a fármacos.
Objetivo (s)
O objetivo do trabalho foi avaliar a atividade leishmanicida in vitro de um composto oxadiazólico (2i) tentando traçar um mecanismo de ação por inibição enzimática e acoplamento molecular.
Material e Métodos
Para realização da análise de acoplamento molecular do (2i) na enzima acetilcolinesterase (AChE) foi utilizado o software Autodock versão 1.5.7; como controle positivo foi utilizada a fisostigmina. Para avaliação da atividade enzimática da AChE frente ao oxadizol (2i) foi possível obter a porcentagem de inibição através da velocidade de reação das amostras em relação ao branco. A atividade leishmanicida do (2i) foi avaliada em promastigotas de L. Infantum (Ba262), em diferentes concentrações (7,8 a 1000 μM), mensurada através da contagem direta em três triplicatas, obtendo-se a IC50. Para avaliação da citotoxicidade e obtenção da viabilidade celular (CC50), macrófagos murinos RAW 264.7 foram empregados frente a diferentes concentrações do (2i) (7,8 a 1000 μM), aplicando-se o método colorimétrico MTT em três triplicatas. Foi obtido o índice de seletividade (IS), através do cálculo CC50/IC50.
Resultados e Conclusão
Nas simulações de acoplamento molecular no sítio ativo da enzima AChE, a molécula (2i) apresentou valores de energia de ligação superiores a da fisostigmina (-7.39 kcal/mol vs. -6.66 kcal/mol), respectivamente, entretanto no mapa farmacotrópico foi possível verificar que a fisostigmina possui mais interações moleculares que a (2i). Nos ensaios de inibição da AChE, a (2i) apresentou IC50 de 11,91 µg/mL, sugerindo comprometimento da membrana parasitária como um potencial mecanismo de ação a ser estudado. Por fim, a molécula estudada (2i) apresentou atividade leishmanicida relevante em L. infantum com IC50 = 30,86 μM. Com o teste de citotoxicidade em macrófagos RAW 264.7 pode-se constatar baixa toxicidade com CC50 = 485,5 µM e IS = 17,86. Logo, a (2i) torna-se promissora para mais estudos, abrindo perspectivas para agentes antileishmaniais mais baratos e seletivos, apresentando menor toxicidade.
Palavras Chave
Oxadiazol; Leishmanioses; Inibidores da colinesterase; Citotoxicidade
Área
Eixo 06 | 2.Protozooses humanas e veterinárias - Leishmaniose
Prêmio Jovem Pesquisador
2.Concorrer na categoria - Mestrado
Autores
Cristian Vicson Gomes Pinheiro, Yasmin Mendes Rocha, Gabriel Acácio De Moura, Maria Jânia Teixeira, Valentina Nascimento Melo De Oliveira, Ronaldo Nascimento De Oliveira, Daniela Ribeiro Alves, Sara Ingrid Caetano Alves Barbosa, Wildson Max Barbosa Da Silva, Selene Maia De Morais, Roberto Nicolete