Dados do Trabalho

Título

PERFIL SOROEPIDEMIOLÓGICO DAS HEPATITES B E C, EM RESIDENTES DE UM CENTRO DE ACOLHIMENTO DE MORADORES DE RUA EM SANTA ISABEL, PARÁ, BRASIL

Introdução

A população em situação de rua é uma das mais vulneráveis em relação à transmissão de determinadas doenças infecciosas, por incluir grupos de alto risco formados por egressos do sistema prisional, usuários de drogas, profissionais do sexo, grupos minoritários e pessoas com transtornos mentais. A pesquisa justifica-se por se tratar de uma população vulnerável que apresenta múltiplos e complexos fatores de risco relacionados a infecção pelos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV).

Objetivo (s)

Determinar por meio de estudo soroepidemiológico, a prevalência da infecção por HBV e HCV em um abrigo de moradores de rua.

Material e Métodos

A coleta de sangue foi realizada em 62 moradores da comunidade Missão Belém, localizada no município de Santa Isabel, Pará, Brasil.  Os participantes deste estudo foram avaliados conforme as variáveis: sexo, idade, estado civil, grau de escolaridade. Após a coleta de sangue, as amostras foram encaminhadas para a Seção de Hepatologia do Instituto Evandro Chagas e submetidas a testes sorológicos para hepatite B e C. Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Evandro Chagas, com parecer de aprovação n° 4.137.274.

Resultados e Conclusão

Todos os participantes foram do sexo masculino. Observou-se uma prevalência maior (24,1%) na faixa etária de 51 a 60 anos. O estado civil solteiro, apresentou a maior prevalência (61,2%). Quanto ao grau de escolaridade, 45,1% possuía o ensino fundamental incompleto. Todas as amostras foram não reagentes para o marcador HBsAg, 24,2% reagente para anti-HBc total, e 1,6% foi reagente para anti-HCV. O marcador anti-HBs foi não reagente em 79% das amostras, indicando um perfil de não imunizado pela vacina da hepatite B. Em relação aos fatores de risco nos participantes com anti-HBc total reagente (contato prévio com o HBV) pode-se destacar o uso de drogas (66,5%), tatuagem (40%), prisão anterior (26,5%), tratamento dentário (20%), e transfusão sanguínea (13,2%).  Conclusão: Os resultados encontrados permitiram inferir a necessidade de maior atenção ao grupo populacional avaliado, com ações de prevenção e promoção da saúde, com a utilização de medidas imediatas para a vacinação dos indivíduos, priorizando aqueles que estão nas faixas de maior risco (baixa escolaridade e mais de 40 anos). Agência Financiadora: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

Palavras Chave

Moradores de rua; população vulnerável; soroprevalência; Hepatite B; Hepatite C