Dados do Trabalho

Título

Inquérito sorológico e molecular da doença de Chagas em pacientes coinfectados com HIV atendidos em centros de referência de Mato Grosso do Sul.

Introdução

A doença de Chagas é causada pelo protozoário parasita Trypanosoma cruzi. A migração de pessoas de regiões endêmicas para a doença de Chagas ao estado de Mato Grosso do Sul pode constituir um cenário de coinfecção Chagas/HIV.

Objetivo (s)

Realizar um inquérito sorológico e molecular para a doença de Chagas nas pessoas que vivem com o HIV atendidas nos serviços de referência do estado do Mato Grosso do Sul.

Material e Métodos

O projeto está aprovado pelo CEP da Fiocruz Brasília, CAAE: 59031722.5.0000.8027, parecer: 5.868.118. Foi aplicado questionário para coleta de dados socioepidemiológicos em 103 participantes. Amostras de sangue foram coletadas dos pacientes do Hospital Dia Esterina Corsini e Centro de Doenças Infecciosas e Parasitárias – CEDIP, Campo Grande - MS. As amostras foram processadas para a sorologia e extração de DNA. Nas 103 amostras, foi realizado o teste ELISA para detectar anti-T. cruzi. Após a extração do DNA, as amostras foram testadas para o gene da beta-globina humana e posteriormente foi realizada a nPCR para a região do DNA satélite do T. cruzi. 

Resultados e Conclusão

Por meio do teste ELISA, dois pacientes dos 103 (1,9%) positivaram para a doença de Chagas. A nPCR apresentou positividade em um paciente de 63 pacientes testados (1,5%) . Dos 103 participantes, 58 identificaram-se homens, 44 mulheres e 1 não declarou o gênero. A idade variou de 22 a 71 anos, com média de 44 anos. Todos são residentes em Mato Grosso do Sul, em 14 municípios. Referente à escolaridade, mais de 50% não concluíram o ensino médio. Sobre o conhecimento da doença de Chagas, 56,6% conhecem; 13,2% tem ou teve um familiar com a doença; 61% conhecem o triatomíneo; 11,3% tiveram contato com o inseto transmissor; em relação a transfusão de sangue, 17% já receberam; 90,5% não tem conhecimento se é positivo ou negativo para doença de Chagas; 68,8% não sentem cansaço quando realiza pouco esforço físico; 94,3% não tem dificuldade em evacuar ou engolir. Apesar da maioria saber sobre a doença de Chagas e conhecer o inseto vetor, os demais dados epidemiológicos e laboratoriais até agora conseguidos mostram epidemiologia e prevalência dentro do esperado da doença de Chagas nas pessoas que vivem com o HIV no estado do Mato Grosso do Sul.   

Palavras Chave

coinfecção; Doença de Chagas; hiv