Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO DE EVOLUÇÃO DA DOENÇA DE CHAGAS AGUDA PARA FASE CRÔNICA EM PACIENTES DO ESTADO DO AMAZONAS

Introdução

Nos últimos 20 anos, tem crescido o número de casos de doença de Chagas aguda (DCA) no estado do Amazonas, pacientes com diagnóstico da fase aguda recebem tratamento antiparasitário imediato. No entanto, a maioria não realiza o seguimento clínico por viverem em municípios do interior do estado, onde não existe o serviço de saúde especializado para atendimento destes pacientes. 

Objetivo (s)

O objetivo desse estudo é avaliar evidências de evolução para doença crônica em pacientes tratados após o diagnóstico da DC aguda.

Material e Métodos

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado - FMTHVD. Foram incluídos pacientes que realizaram seguimento clínico no ambulatório de doença de Chagas da FMTHVD, em Manaus, bem como pacientes que nunca haviam realizado retorno, após o tratamento para DCA, através de busca ativa em cinco municípios do estado onde já ocorreram surtos por transmissão oral (Cararuari, Ipixuna, Tefé, Uarini e Lábrea). Foi realizada investigação sorológica de anticorpos anti-T. cruzi IgG bem como investigação de DNA do T. cruzi pela PCR em tempo real, além de exames cardiológicos: o Eletrocardiograma, o Holter de 24 horas e o Ecocardiograma. 

Resultados e Conclusão

Foram incluídos 87 participantes, 45 (51,7%) do sexo masculino, mediana de idade de 34 [25-54] anos; 72 (82,8%) de surtos por transmissão oral, identificados com a DTU de T. cruzi TcIV e 15 (17,2%) casos isolados dos quais 8 (53,3%) foram genotipados, 4 por T. cruzi TcI e 4 por TcIV; Na avaliação sorológica, 52/87 (59,8%) pacientes apresentaram sorologias reagentes no ELISA e IFI e 2/87 (2,3%) foram inconclusivos. Na avaliação de evidência de parasitemia, 3 (3,4%) apresentaram DNA de T. cruzi. Na avaliação cardíaca dos pacientes com sorologia reagente, 18/52 (34,6%) apresentaram alterações em algum dos exames realizados e 6/52 (11,5%) evidenciaram características de evolução para cardiopatia chagásica. Em 10/33 (30,3%) pacientes com sorologias não reagentes foram observadas alterações cardíacas no eletrocardiograma. Assim, para o desfecho clínico e laboratorial encontrado, observou - se que o diagnóstico precoce e o tratamento imediato, foram medidas importantes. Entretanto, a evidência da evolução da DCA para forma crônica indeterminada, e o comprometimento cardíaco observado em 11,5% dos pacientes, demonstra a necessidade de acompanhamento clínico após o tratamento, considerando que essa forma silenciosa requer cuidados contínuos a longo prazo.

Palavras Chave

Palavras-Chaves: Trypanosoma cruzi; seguimento clínico; Amazônia ocidental brasileira.