Dados do Trabalho
Título
A INFLUÊNCIA DO AQUECIMENTO GLOBAL NO CICLO DE VIDA DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI: CRISE CLIMÁTICA E EMERGÊNCIA DE SAÚDE
Introdução
As arboviroses são doenças altamente disseminadas no Brasil, com destaque para a dengue, zika e chikungunya, todas essas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. A atual situação climática global, especialmente no Brasil, que vem batendo recordes de aumento de temperatura, além da alta pluviosidade, proporciona condições altamente favoráveis para o aumento de surtos de arboviroses, com destaque para as recentes epidemias de dengue. No entanto, a literatura aponta que o limite de temperatura para sobrevivência do Ae. aegypti é de 35ºC.
Objetivo (s)
O objetivo deste trabalho é avaliar a sobrevida e as alterações morfofisiológicas do Ae. aegypti acima desse limite de temperatura.
Material e Métodos
Para isso, 120 ovos da colônia do LAPAVET-UFPB, foram separados em 4 grupos, em bandejas com água desclorada e mantidos em estufa BOD, sob as temperaturas de 28 (controle) e 36 ± 2ºC, com fotoperíodo de 12 horas claro/escuro. Os insetos foram acompanhados para registro da mortalidade. Os adultos mortos foram congelados para posterior análise de peso e tamanho das asas. Avaliou-se também o perfil de hemócitos circulantes na hemolinfa de 100 larvas (L3) expostas desde a fase de ovo às mesmas temperaturas supracitadas (T28 e T36). Os testes foram em duplicata e para a estatística utilizou-se os teste Mantel-cox, chi quadrado e ANOVA com pós-teste de Tukey (P < 0.05).
Resultados e Conclusão
Como resultados, observou-se 25 % menos eclosão a 36 ºC, quando comparado ao controle (28ºC). Além disso, 10 % menos larvas chegaram à fase de pupa no grupo a 36 ºC. Apesar disso, essa diferença foi compensada na fase de pupa, já que no grupo T36, 23 % mais mosquitos chegaram à fase adulta comparado ao T28. As fêmeas do T28 foram significativamente mais pesadas que as do T36 (0,6 mg Vs. 0,02 mg). Não houve diferença quanto ao tamanho das asas. Ao avaliar as populações de hemócitos nos dois grupos, não houve diferença significativa no total de células, sendo os prohemócitos predominantes em ambos os grupos, porém em maior quantidade no grupo T36, representando quase 90% dos hemócitos totais. Dessa forma, conclui-se que o Ae. aegypti consegue sobreviver a 36 ºC, aumentando inclusive a sua taxa populacional, embora a temperatura elevada acima de níveis considerados ideais, cause alterações morfofisiológicas, evidenciando sua notável adaptabilidade a condições consideradas não ideais.
Palavras Chave
Culicídeos; Aquecimento global; Arboviroses
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Prêmio Jovem Pesquisador
1.Concorrer na categoria - Graduado
Autores
Ana Paula Andrade Barbosa, Esther Correia Nascimento, Bárbara Vieira Ribeiro, Wanessa Costa Dantas, Renan Tavares Leite, Emille Raulino Barros, Luís Fellipe Alves Silva, Mohanna Alves Nery, Fabíola Cruz Nunes