Dados do Trabalho

Título

Alterações imunológicas induzidas pelo óleo essencial de Lippia gracilis em larvas de mosquitos vetores de arbovírus: um estudo comparativo entre Aedes aegypti, Aedes albopictus e Culex quinquefasciatus.

Introdução

Culicídeos hematófagos são uma ameaça à saúde pública. O Aedes aegypti é notório por transmitir dengue, zika e chikungunya. O Aedes albopictus, também conhecido como mosquito tigre asiático, é um vetor secundário dessas mesmas doenças e, mas sua capacidade de se adaptar a diferentes ambientes o torna um vetor emergente preocupante. O  Culex quinquefasciatus, transmite a filariose linfática, o vírus do Nilo Ocidental e encefalite. A resistência aos inseticidas tornou o controle desses mosquitos ainda mais desafiador, ressaltando a necessidade de abordagens inovadoras e sustentáveis como o uso do óleo essencial (OE) de Lippia gracilis, espécie nativa da Caatinga e do Cerrado.

Objetivo (s)

O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade inseticida do OE de Lippia gracilis e os possíveis mecanismos de ação envolvidos, frente às espécies de mosquitos supracitadas. Como metodologia, utilizou-se mosquitos da colônia cíclica do Laboratório de Biotecnologia Aplicada a Parasitas e Vetores, do Centro de Biotecnologia da Universidade Federal da Paraíba.

Material e Métodos

Grupos de 25 larvas L3 foram expostos por 24 h a diferentes concentrações do OE (2,5 - 60 ppm) para estabelecimento das respectivas CL50. Os ensaios foram realizados em triplicata. A hemolinfa das larvas foi coletada para análise da celularidade e produção de óxido nítrico (NO). O NO foi dosado pelo método de Griess em espectrofotômetro (546 nm) e o perfil celular foi analisado em câmara de Neubauer e microscopia ótica. Na análise estatística, utilizou-se ANOVA com pós-teste de tukey, com auxílio do programa GraphPad Prism 8.0 (p<0,05).

Resultados e Conclusão

O OE demonstrou atividade inseticida para todas as espécies testadas, sendo a CL50 de 14,4 ppm para o Ae. aegypti, 33,18 ppm para o Ae. albopictus e 15,62 ppm para o Culex quinquefasciatus. Ao avaliar aspectos da imunidade celular e humoral desses mosquitos, observou-se que o OE causou diminuição do NO nas espécies testadas, sendo de 75% em Ae. aegypti, 88% no Ae. albopictus e 79% no Culex quinquefasciatus. Além disso, o OE causou uma redução na celularidade total, sendo de 54,2% em Ae. aegypti, 51% em Ae. albopictus e 56,3 % em Culex quinquefasciatus, quando comparado aos controles. Conclui-se que o OE de Lippia gracilis demonstrou atividade inseticida em Ae. Aegypti, e Ae. albopictus e Culex quinquefasciatus, modulando negativamente a proliferação de hemócitos e a produção de NO.

Palavras Chave

alecrim-de-serrote; Arboviroses; carvacrol.