Dados do Trabalho

Título

Investigação Sorológica de Coxiella burnetii e Rickettsia rickettsii em Ovinos Pantaneiros de Mato Grosso do Sul, Brasil.

Introdução

Coxiella burnetii e Rickettsia rickettsii são agentes etiológicos de doenças zoonóticas, como a Febre Q e a Febre Maculosa, respectivamente. A investigação de patógenos em ovinos pantaneiros de Mato Grosso do Sul se faz necessária devido à importância econômica na região. Além disso, a infecção por essas bactérias pode resultar em prejuízos consideráveis na produção ovina e representar uma ameaça à saúde pública.

Objetivo (s)

Avaliar a soroprevalência da infecção por C. burnetii e R. rickettsii em ovinos pantaneiros de duas localidades: Embrapa Gado de Corte e Centro Tecnológico de Ovinocultura (CTO) da Universidade Anhanguera - UNIDERP, Mato Grosso do Sul, Brasil.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo com abordagem epidemiológica transversal e descritiva. O estudo foi conduzido em conformidade com os padrões éticos estabelecidos pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Universidade Anhanguera - UNIDERP, seguindo o protocolo n. 3119/2020. Amostras de sangue foram coletadas por venopunção de 287 ovinos, sendo 129 amostras em Campo Grande (CTO) e 158 amostras Terenos (Embrapa), durante o mês de setembro de 2021. Após a coleta, as amostras foram transportadas e armazenadas no laboratório para análise sorológica por Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) para detecção de anticorpos IgG anti-C. burnetii e anti-R. rickettsii, utilizando um ponto de corte de titulação ≥64. Dados coletados durante a avaliação física das ovelhas incluíram o peso, o índice de escore corporal, o sexo e a aplicação do método FAMACHA© para detecção de anemia e verminose.

Resultados e Conclusão

A soropositividade para C. burnetii foi de 1,4% (4/287), sendo 3 amostras positivas em Terenos e 1 em Campo Grande. Não houve reatividade para R. rickettsii. A maioria dos animais eram ovelhas (77,00%), com uma média de peso de 33,16 kg. Predominantemente, os animais apresentaram ECC 2 (24,04%) e FAMACHA© escore 1 (38,32%). Este estudo confirma a exposição previa de C. burnetii em ovinos pantaneiros de Mato Grosso do Sul, Brasil, ressaltando a importância da vigilância epidemiológica dessas bactérias zoonóticas. A soropositividade para C. burnetii e a ausência de anticorpos contra R. rickettsii destacam a necessidade de medidas preventivas e de conscientização por parte das autoridades de saúde e profissionais da área para mitigar o risco de transmissão dessas doenças.

Palavras Chave

febre maculosa; Febre Q; Saúde Única; soroprevalência; Zoonoses