Dados do Trabalho


Título

Histoplasmose disseminada em paciente com imunossupressão grave: um relato de cura

Objetivos(s)

Histoplasmose é a micose sistêmica causada pelo Histoplasma capsulatum, um fungo dimórfico saprófita do solo. No contexto do HIV/Aids, este fungo pode causar doença disseminada com risco à vida e, em países subdesenvolvidos, a mortalidade chega a 70% devido, entre outros fatores, ao diagnóstico tardio. O presente trabalho relata um caso de cura de Histoplasmose disseminada em paciente com imunossupressão grave.

Relato do Caso

Paciente do sexo masculino, 33 anos, internado para investigar síndrome respiratória associada a lesões cutâneas que iniciaram como pápulas na face, progredindo para todo o corpo. Um mês antes da internação, ele apresentou diarreia, perda ponderal, astenia, epistaxe, tosse seca e desconforto respiratório. À admissão, paciente apresentou-se prostrado, dispneico, saturando 92% sob oxigênio em cateter nasal, hipocorado, ictérico e febril. À ausculta pulmonar, tinha murmúrio vesicular com crepitações difusas. Pele recoberta por pápulas e placas, algumas com crostas e descamação central, além de hematomas.        Exames laboratoriais com testagem positiva para HIV, hemograma com pancitopenia severa, alterações de DHL (2.383 U/L), f. alcalina (2.154), gama-GT (351), AST/ALT (533/144) e bilirrubinas (total 6,22 mg/dL). A pesquisa de BAAR e TRM-TB no escarro foi negativa. A tomografia de tórax mostrou infiltrado pulmonar retículo-nodular difuso. O antígeno urinário para histoplasma foi positivo, sendo iniciado tratamento com Anfotericina. Posteriormente, a histoquímica da biópsia de pele evidenciou presença de Histoplasma capsulatum. Houve crescimento deste fungo na cultura de creme leucocitário e mielocultura, confirmando o diagnóstico de Histoplasmose disseminada. A contagem de linfócitos T CD4+ foi 4 células/μl.      Após 14 dias de tratamento, com melhora clínica e laboratorial, o paciente finalizou a fase de indução. Em seguida, iniciou a fase de consolidação com Itraconazol. Devido à melhora progressiva e à remissão das lesões, ele recebeu alta hospitalar após 33 dias de internação. Um ano após o quadro descrito, paciente apresentou contagem de linfócitos T CD4+ de 172 células/μl e carga viral indetectável. Houve resolução das alterações laboratoriais e segue sem apresentar sintomas respiratórios ou recidivas das lesões de pele.  

Conclusão

O manejo adequado frente à Histoplasmose disseminada em paciente com imunossupressão grave é um desafio. Este caso com desfecho favorável deu-se graças ao diagnóstico e tratamento precoces, oportunizando ao paciente qualidade de vida e dignidade humana.

Área

Eixo 12 | 2.Micoses humanas e veterinárias - Micoses profundas

Prêmio Jovem Pesquisador

1.Concorrer na categoria - Graduado

Autores

Thiago Brito de Castro, Felipe Leão Gomes Murta, Tigran Francis Chehuan Melo, Dessana Francis Chehuan Melo, Bianca Leite Pereira, Reinan Brotas Ferreira, Talyson Aparício Gomes, Alexandre de Oliveira Trindade