Dados do Trabalho
Título
Diversidade de famílias virais em morcegos de fragmentos florestais da cidade de Manaus, Amazonas, Brasil
Introdução
Medidas empregadas na compreensão acerca da diversidade de patógenos presentes em animais silvestres são significativas, principalmente em mamíferos com maior suscetibilidade, como morcegos. Contudo, o conhecimento prévio acerca dos agentes infecciosos circulantes em morcegos ainda é escasso, precisamente na região Amazônica, que apresenta 146 espécies de morcegos descritas atualmente, correspondendo a cerca de 80% de todas as espécies descritas no Brasil.
Objetivo (s)
Descrever a diversidade de famílias virais circulantes em morcegos capturados em fragmentos florestais da cidade de Manaus
Material e Métodos
Foram realizados campos de captura de morcegos em: Reserva Adolpho Ducke, Parque Zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva – CIGS e Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Assim, foram formados pools de amostras com critérios de espécie, local, período de captura e tipo de amostra, extraídos com Maxwell® RSC Viral Total Nucleic Acid Purification Kit. Submetidos a uma abordagem do tipo metagenômica direcionada, com sondas para Painel de Vírus Respiratório (VSP) e Coronavírus Pandêmicos (PAN-CoV), seguindo protocolo da Illumina com modificações para melhor rendimento na construção das bibliotecas e sequenciado no NextSeq 1000. A pesquisa está de acordo com as normas do ICMBIO/SISBIO, N.78300-2, e CEUA-FMT N. 003187/2021 e 002161/2023
Resultados e Conclusão
Foram processadas 180 amostras de swabs oral e retal, de 8 espécies generalistas de morcegos, incorporadas em 21 pools. A partir do sequenciamento metagenômico dos pools, foram construídas bibliotecas e gerados de contigs de uma montagem de novo, esses tiveram matches com 10 famílias virais relacionadas a mamíferos, identificando vírus de DNA (Adenovírus, Circovírus, Parvovírus, Poxvírus, Herpesvírus), e RNA (Astrovírus, Coronavírus, Flavivírus, Hepesvírus, Picobirnavírus). Investigações virais mais recentes indicam que morcegos de espécies generalistas amostrados no estudo como Artibeus, Carollia e Sturnira são comumente infectados por Flavivírus, Coronavírus, Adenovírus, Astrovírus e Parvovírus, assim como estudos em paisagens fragmentadas tem detectado a presença dessas famílias virais precisamente em espécies generalistas, demonstrando que as espécies com maior capacidade de se adaptar a ambientes fragmentados, estão mais sujeitas a infecções virais do que espécies presentes em regiões mais preservadas.
Palavras Chave
Morcegos; Metagenômica; Doença Infecciosa Emergente; Amazônia.
Área
Eixo 10 | 3.Outras viroses humanas e veterinárias - Viroses emergentes e reemergentes
Prêmio Jovem Pesquisador
3.Concorrer na categoria - Doutorado
Autores
Gabrielle Sales Medeiros, Fernanda Oliveira Nascimento, Dejanane Silva Silva, Matilde Del Carmen Contreras Mejia, Sergio Luiz Bessa Luz, Valdinete Alves Nascimento, Victor Costa Souza, Felipe Gomes Naveca, Alessandra Ferreira Dales Nava