Dados do Trabalho
Título
Produção e caracterização de carreadores lipídicos nanoestruturados contendo óleo essencial de orégano frente ao seu potencial larvicida no mosquito vetor Aedes aegypti (Diptera: Culicidae)
Introdução
A disseminação de doenças como dengue, chikungunya e zika é um problema de saúde pública, sendo o mosquito Aedes aegypti seu principal vetor. Neste contexto, o uso de produtos naturais, como o óleo essencial de orégano (Origanum vulgare - OEO), composto majoritariamente por carvacrol e timol, que possuem propriedades larvicidas, surge como uma alternativa promissora. No entanto, sua eficácia pode ser ampliada com o uso de nanossistemas como carreadores lipídicos nanoestruturados (CLNs) que aprimoram a eficácia e biodisponibilidade, além de reduzir a toxicidade do bioativo.
Objetivo (s)
Neste sentido, este trabalho avaliou a atividade larvicida de CLNs contendo OEO em Aedes aegypti.
Material e Métodos
CLNs foram produzidos pelo método de emulsão a quente seguido de sonicação, utilizando um Sonicador Ultrassônico 20 kHz (Ultronique®) com potência de 80% por 60 s. Duas formulações (F1 e B1) foram produzidas utilizando, respectivamente, OEO (3%) e triglicerídeo de cadeia média (MCT) (3%), Span® 60 (2%), cera de abelha (1%) e Tween® 80 (1%). As nanopartículas foram caracterizadas quanto ao tamanho de partículas, índice de polidispersão (PdI) e potencial Zeta usando o ZetaSizer Lab (Malvern). Para avaliação inseticida, larvas L3 de Ae. aegypti foram expostas a múltiplas concentrações (50-1000 ppm) de OEO (Tween® 80 a 1%), MCT (Tween® 80 a 1%), B1 e F1 por 24h.
Resultados e Conclusão
As formulações F1 e B1 apresentaram, respectivamente, tamanhos de partícula de 190,8±2,1 e 171,1±1,4 nm, PdI 0,28±0,0 e 0,15±0,0 e potencial Zeta -26,8±0,2 e -25,6±1,0 mV. Quanto ao bioensaio larvicida, o grupo controle negativo, MCT, OEO, B1 e F1 apresentaram taxas de mortalidade, respectivamente, de 1,3%, 45,3%, 100%, 48,0% e 100% em 1000 ppm, concentração que norteou o restante da avaliação. O grupo controle negativo não apresentou atividade em concentrações menores de 1000 ppm. OEO e F1 a 500 ppm promoveram efeito maior do que MCT e B1 (6,7% e 44,0%). Em contrapartida, 250 ppm em OEO (100%) não demonstrou o mesmo comportamento em F1 (21,3%), o que pode estar relacionado à cinética de liberação retardada dos CLNs. Os resultados apresentados evidenciam a eficácia dos nanossistemas contendo OEO como uma alternativa viável para a indústria, especialmente no contexto da saúde pública, visando o controle de Ae. aegypti.
Palavras Chave
Origanum vulgare; nanotecnologia; produtos naturais; Entomologia.
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Prêmio Jovem Pesquisador
2.Concorrer na categoria - Mestrado
Autores
Anny Letícia Marinho Ramos Cardoso, Ana Flávia Chaves Uchôa, Anne Beatriz Cunha Barros, Graziela Maria de Araújo Pereira, Lindomara Cristina Félix da Silva, Lucas Medeiros Martins Carvalho, Luís Fellipe Alves da Silva, Pedro Henricke Oliveira de Souza, Karla Samara Rocha Soares, Fabíola da Cruz Nunes, Francisco Humberto Xavier Júnior