Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE TEMPO ATÉ O ATENDIMENTO E ÓBITOS POR ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS NO BRASIL EM 2022
Introdução
São ditos peçonhentos os animais capazes de produzir toxinas e de inoculá-las por meio de estruturas específicas. No Brasil, acidentes com esses animais representam um problema de saúde pública devido aos altos números de casos e elevado potencial de morbimortalidade. A literatura confirma maiores chances de gravidade quando o tempo decorrido entre o acidente e o atendimento em serviço de saúde excede 1 hora. Nesse sentido, é necessário comparar dados dos óbitos decorrentes de acidentes ou de seus agravos secundários com os dados do tempo até o atendimento, para dimensionar os impactos que a variável ‘tempo’ tem sobre a gravidade dos quadros.
Objetivo (s)
Comparar o número de óbitos decorrentes de acidentes com animais peçonhentos no Brasil, por região, de acordo com o tempo entre o acidente e o atendimento de saúde em 2022.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo do tipo observacional, transversal, descritivo, comparativo dos óbitos decorrentes de acidentes com animais peçonhentos com dados do tempo decorrido entre o acidente e o atendimento de saúde, notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
Resultados e Conclusão
A Região Norte atendeu 64,86% dos acidentados com 1 hora ou mais e apresentou a maior taxa de óbitos com 0,24% do total de casos, retratando o pior cenário. A Região Nordeste atendeu 46,42% após 1 hora do acidente, com uma taxa de mortalidade de 0,14%. Todavia, apesar de não possuir o pior cenário nem o maior número de acidentes, o Nordeste apresenta o maior número de óbitos quando comparado ao total do Brasil, com 38,60% do total. A Região Sudeste representa a maior parcela de casos com 38,43% do total acidentes com animais peçonhentos no Brasil, atende 66,87% das ocorrências com menos de 1 hora e mostra ser o melhor cenário do país com 0,09% de mortalidade. As Regiões Sul e Centro-Oeste atendem, respectivamente, 57,95% e 39,97% dos casos em mais de 1 hora e têm 0,10% e 0,18% de taxa de óbitos. Algumas regiões como Centro-Oeste e Nordeste, apesar de atenderem menos casos com 1 hora ou mais, têm maiores índices de mortalidade, o que é o oposto da Região Sul, que atende mais pessoas com 1 hora ou mais e têm menor índice de óbitos. Assim, é possível inferir que o tempo influencia a probabilidade de um mau desfecho, mas que outras variáveis como garroteamento, acesso às imunoglobulinas do soro e acesso ao serviço de saúde ainda precisam ser melhor investigadas.
Palavras Chave
Animais Peçonhentos; Serviços de Atendimento; Acessibilidade aos Serviços de Saúde
Área
Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
João Womoca Neto, Michele Duarte Pereira, Rafaella Neves Fortini Duarte, Andréia Patrícia Gomes