Dados do Trabalho


Título

DETECÇÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DE ANTÍGENOS DE VÍRUS RÁBICO EM AMOSTRAS DE NECRÓPSIAS HUMANAS PRESERVADAS NO INSTITUTO ADOLFO LUTZ - SÃO PAULO, SP.

Introdução

A raiva é conhecida há, pelo menos, quatro mil anos, quando foi descrita como doença contagiosa propagada pela mordedura de cães. É considerada uma zoonose extremamente letal (100%). Globalmente, a raiva em humanos é responsável por 60 mil mortes/ano, sendo 40% das vítimas menores de 15 anos. É endêmica no Brasil, de distribuição epidemiológica heterogênea e geralmente associada às condições socioeconômicas deficitárias. Publicações de relatos obtidos de série histórica na cidade de São Paulo-SP, Brasil, descrevem menos de 10 casos de raiva humana antes da década de 1940, que passaram a 15 casos anuais no período de 1943 a 1947. No período de 1963 a 1967 houve aumento significativo, com cerca de 30 casos anuais e nos 15 anos seguintes foram relatados, em média, 15 a 20 casos anuais quando, ao final deste último período, foi criado o Programa Estadual de Controle da Raiva (São Paulo, 1975). O Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), de São Paulo-SP, atendeu à maioria dos casos de raiva humana ocorridos durante surto compreendido entre final da década de 1950 e anos 1960, e encaminhou amostras de necropsias ao Instituto Adolfo Lutz (IAL) para exames anatomo-patológicos.

Objetivo (s)

Submeter amostras de casos suspeitos de raiva humana, necropsiados pelo IIER e recebidos pelo IAL, ao ensaio imuno-histoquímico (IHQ) para pesquisa de antígenos virais, em estudo devidamente aprovado pelo Comitê de Ética do IAL. 

Material e Métodos

Foram estudadas amostras preservadas em parafina de necropsias de 20 casos com hipótese clínica de raiva humana, cujos óbitos ocorreram no período compreendido entre o final da década de 1950 e anos 1960. Dentre estes,13 casos (13/20) contavam com registro de provas virológicas confirmatórias realizadas no próprio IAL, à época de ocorrência. A pesquisa IHQ de antígenos do vírus da raiva foi realizada em amostras de tecido cerebral (órgão alvo) dos casos selecionados.

Resultados e Conclusão

Dentre os 20 casos estudados, três não apresentaram reações IHQ avaliáveis, provavelmente devido a fatores pré-analíticos (condições de fixação).  Para os demais casos (17/20) foram produzidas boas marcações de antígenos pela técnica. Desta forma, concluiu-se que o longo período de armazenamento das amostras emblocadas em parafina não prejudicou a detecção antigênica de vírus rábico no cérebro e/ou cerebelo. Além disso, verificou-se ótima correlação entre a IHQ e a prova virológica, pois todos os 13 casos confirmados pela virologia também apresentaram pesquisa IHQ positiva para antígeno de vírus rábico. 

Palavras Chave

Raiva Humana; Anatomo-patológico; Imuno-histoquímica; antígenos; óbitos.

Área

Eixo 19 | Outros

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Silvia D'Andretta Iglezias, Cinthya Cirqueira Borges, Amaro Nunes Duarte Neto, Cesar Cilento Ponce, Tomás Zecchini Barrese, Paloma Almeida Venâncio Martins, Marcelo Sansone, Silvana Mello Pereira da Silva, Cristina Takami Kanamura