Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DO PERFIL DEMOGRÁFICO E EPIDEMIOLÓGICO DA CHIKUNGUNYA EM MINAS GERAIS - SEMANAS EPIDEMIOLÓGICAS DE 1 A 14 DE 2024
Introdução
A Febre de Chikungunya é uma condição febril causada pelo vírus chikungunya transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Aedes infectada. Em 2014, o país teve o primeiro caso notificado e, nos anos seguintes, as incidências se acumularam na região Nordeste. Já em 2023, houve uma dispersão territorial dos casos, concentrando muito destes na região Sudeste, especialmente em Minas Gerais (MG). Assim, é importante conhecer e analisar o perfil de distribuição dos casos no estado para gerar dados que permitam o planejamento de ações de controle do vetor e de cuidados no âmbito individual e coletivo.
Objetivo (s)
Analisar o perfil demográfico e epidemiológico dos casos notificados de Chikungunya em MG, da semana epidemiológica 1 a 14 de 2024.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo do tipo observacional, transversal e descritivo dos casos de Chikungunya notificados em MG a partir dos dados secundários disponibilizados no Sistema de Informação e Agravos de Notificação (Sinan Net).
Resultados e Conclusão
Nas semanas epidemiológicas 1 a 14 de 2024 foram notificados 91875 casos de Febre de Chikungunya no estado de MG, um aumento de 34,29% em relação ao mesmo período no ano anterior. O número de notificações apresenta-se em uma curva ascendente desde a semana 1, com pico na semana 5 (9.501) e queda a partir da semana 9. A condição afeta principalmente mulheres (cerca de 57,95%), sendo 1,65% delas gestantes. Em relação à raça/cor, 62,47% identificam-se como pardos, 15,71% como brancos, 6,60% como pretos, 0,76% como amarelos e 0,13% como indígenas. Quanto ao nível de escolaridade, a maior parte possui ensino médio completo e a faixa etária que concentra o maior número de casos é de 40 a 59 anos, com 31,46% do total. Foram registrados 34 óbitos confirmados pelo agravo e 34 em investigação. Em relação às características sociodemográficas, é possível delinear um maior acometimento de populações socioeconomicamente desfavorecidas, conforme propõe a literatura. Além disso, a maior prevalência em pessoas do sexo feminino deve-se, provavelmente, ao fato de que mulheres procuram mais o serviço de saúde e, portanto, são mais diagnosticadas. Os achados mostram uma nova onda epidêmica do agravo e alerta a necessidade de intervenções para o controle do vetor, além de identificar o perfil mais acometido para promoção de estratégias direcionadas. Por fim, o sistema de saúde deve estar apto a atender um maior número de pacientes com queixas crônicas posteriores à infecção em consequência ao aumento da incidência.
Palavras Chave
Arboviroses; Aedes aegypti; Epidemiologia; Febre de Chikungunya
Área
Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Michele Duarte Pereira, João Womoca Neto, Rafaella Neves Fortini Duarte, Andréia Patrícia Gomes