Dados do Trabalho
Título
Identificação e prevalência de infecções por HIV e Sífilis em refugiados residentes do estado do Rio de Janeiro
Introdução
As infecções sexualmente transmissíveis são um desafio para a saúde pública. Apesar dos avanços no tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), a prevenção e o diagnóstico precoce ainda enfrentam obstáculos em muitos países. Paralelamente, os casos de sífilis têm aumentado em diversas regiões mundiais. Este cenário epidemiológico demanda estratégias voltadas para populações-chave como os refugiados, uma vez que os agravos presentes nesse grupo refletem, em parte, as prevalências dos seus países de origem. Esse grupo apresenta vulnerabilidades, como pobreza, moradia instável, violência e barreiras no acesso à saúde.
Objetivo (s)
Investigar a prevalência das infecções por HIV e sífilis em refugiados que residem na região urbana do estado do Rio de Janeiro.
Material e Métodos
Cento e sete voluntários (refugiados ou imigrantes) atendidos por instituições de apoio parceiras foram submetidos à coleta de sangue e questionário socioepidemiológico. Foram realizados testes rápidos de imunocromatografia e as amostras reagentes foram confirmadas por testes moleculares para o HIV (Reação em Cadeia da Polimerase associada à Transcrição Reversa – RT-PCR) e testes sorológicos e não treponêmicos (VDLR) para sífilis. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fiocruz sob o CAAE 64994622.1.0000.5248.
Resultados e Conclusão
A amostra foi composta por 59,81% de mulheres e 40,19% de homens, idade 44±7. Quanto à origem geográfica, 64,5% eram da América Central, 14%% do Oriente Médio, 4,7% do Leste Europeu e 16,8% da África. Observou-se a prevalência de 4,7% (5/107) para HIV e 7,5% (8/107) para sífilis. Três indivíduos (2,8%; 3/107) apresentaram co-infecção por HIV e sífilis. Dentre os casos de HIV, a maioria foi proveniente da Venezuela (80%; 4/5) e um de Angola (20%; 1/5). Todos reportaram tratamento e tiveram cargas virais indetectáveis. Para sífilis, foram 62,5% provenientes da Venezuela (5/8), 12,5% da Rússia (1/8), 12,5% da Colômbia (1/8) e 1,5% da Bolívia (1/8). Nenhum indivíduo apresentou sífilis ativa. Os dados revelam uma alta prevalência de HIV e sífilis entre refugiados, ambas acima da média do Brasil. A maioria dos casos positivos foram provenientes da Venezuela. A alta vulnerabilidade desses grupos, aliada às barreiras de acesso aos serviços de saúde, destaca a necessidade de estratégias específicas e integradas para o controle e prevenção dessas infecções e garantia do acesso à saúde para essa população.
Palavras Chave
hiv; Sífilis; Vigilância; Epidemiológica; Refugiados; Infecção Sexualmente Transmissíveis (ISTs)
Área
Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras
Prêmio Jovem Pesquisador
2.Concorrer na categoria - Mestrado
Autores
Pedro Henrique Roque da Conceiçao, Gabriel Valente dos Santos, Lya Ximenez De Souza Rodrigues, Alexandre Ennes Pereira, Paulo Sérgio Fonseca Sousa, Kaio Callebe Pedro , Giovana Guimarães Santos do Nascimento, Giselle Prado do Nascimento, Livia Melo Villar, Lia Laura Lewis Ximenez de Souza Rodrigues, Bárbara Vieira do Lago