Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA FEBRE AMARELA NO BRASIL NO PERÍODO DE 2015 A 2023

Introdução

A Febre Amarela (FA) é uma doença infecciosa aguda febril, imunoprevenível, causada por um Flavivírus transmitido vetorialmente por artrópodes, particularmente os das espécies associadas ao ciclo silvestre da doença - Haemagogus spp. e Sabethes spp. Tida como uma condição endêmica na região amazônica, a FA silvestre possui ocorrência sazonal e está associada a elevadas temperaturas e índices pluviométricos, bem como baixas coberturas vacinais. No Brasil, em especial no triênio de 2016 a 2018, foram registrados surtos na região extra-amazônica, com quase toda totalidade dos casos na região sudeste (SE). Dessa forma, torna-se evidente a necessidade de avaliar o perfil epidemiológico da doença no país, de maneira a identificar a distribuição espacial dos casos e, assim, propor medidas de prevenção e controle, uma vez que a reintrodução da FA nas áreas urbanas, sobretudo em locais densamente povoados e infestados com potenciais vetores, representa uma ameaça à saúde pública.   

Objetivo (s)

Descrever e analisar a ocorrência de Febre Amarela no Brasil no período de 2015 a 2023.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo do tipo observacional, transversal e descritivo dos casos de Febre Amarela notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

Resultados e Conclusão

Entre 2015 e 2023, foram notificados 2304 casos suspeitos de Febre Amarela no Brasil, notadamente concentrados em 2018, com 1308 casos contra 9 em 2015. É possível perceber, nos anos anteriores, essa tendência de aumento na prevalência, com 51 casos em 2016 e 807 em 2017, crescimento às custas da região SE que, por sua vez, notificou nenhum caso em 2015 e 80,70%, 98,27% e 99,92% do total de casos em 2016, 2017 e 2018 respectivamente. A literatura atribui essa epidemia a um conjunto de fatores: baixa cobertura vacinal na região - 29,5% em 2016 e 39,4% em 2017 - e condições ambientais favoráveis à transmissão, como elevada densidade populacional e do artrópode vetor. O perfil epidemiológico é principalmente do sexo masculino (83,25%), com idade média de 45 anos. Nos anos seguintes, nota-se a diminuição e estabilização, com 90 casos em 2019 e 78,89% destes no SE e 39 casos de 2020 a 2023, sendo 25,64% no Norte e 10,26% no Sudeste, o que coincide com o aumento da cobertura vacinal no SE para 66,36% em 2018 e 71,96% em 2019, conforme o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações. Por fim, esses dados trazem à luz indicativos que possibilitam a estruturação de estratégias eficazes de prevenção e controle da doença amarílica no país.   

Palavras Chave

Arbovirose; Cobertura Vacinal; Epidemiologia; Febre Amarela; Saúde Pública

Área

Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Michele Duarte Pereira, Rafaella Neves Fortini Duarte, João Womoca Neto, Andréia Patrícia Gomes