Dados do Trabalho

Título

Análise do perfil epidemiológico dos óbitos por tétano acidental em Minas Gerais de 2014 a 2023.

Introdução

Conforme o Guia de Vigilância em Saúde (2023), o tétano é uma doença infecciosa aguda não contagiosa, de alta letalidade, de suscetibilidade universal, causada pela ação de exotoxinas produzidas pelo Clostridium tetani (C. tetani). A vacinação da população ao longo da vida é a principal medida de prevenção, contudo, às baixas coberturas vacinais dos últimos anos, contribuem para que a doença ainda seja um problema de saúde pública e de maior gravidade na população idosa.

Objetivo (s)

Analisar o perfil epidemiológico dos óbitos por tétano acidental em Minas Gerais no período de 2014 a 2023 e reforçar a vacinação como medida de proteção.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo realizado a partir da base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) dos casos notificados de tétano acidental que tiveram como desfecho o óbito pela doença. O banco de dados foi tabulado no Tabwin e as análises realizadas no programa Microsoft Office Excel.

Resultados e Conclusão

Entre os anos de 2014 a 2023, foram notificados em Minas Gerais 396 casos suspeitos de tétano acidental e, destes, 210 (53%) foram confirmados e conforme os dados do campo 53 da ficha de investigação, 58 dos casos confirmados evoluíram para óbito por tétano acidental, representando uma letalidade de 27,6% neste período. Sobre o perfil epidemiológico dos casos que evoluíram para óbito, 75,86% (44/58) eram do sexo masculino e concentraram-se no grupo com faixa etária entre 65 a 79 anos. Em relação à variável raça/cor, 44,8% se autodeclararam brancos, 29,3% pardos e 15,5% pretos. Residiam em zona urbana 74,14% (43/58) dos casos e, sobre as possíveis causas que resultaram na infecção, em 55,17% o tipo de ferimento foi devido a “perfuração”, seguido de “escoriação” e “outras causas”, ambos com 13,8% (8/58). Quanto aos principais sintomas do tétano acidental, os mais frequentes foram trismo, crises de contratura e rigidez na nuca. Por fim, com relação à situação vacinal antes do ferimento, chama atenção o elevado número de casos preenchidos com a informação ignorada/branco 48,3% e também os nunca vacinados, que representam 36,2% dos casos que foram a óbito. Observou-se que, embora a vacina contra o tétano seja disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a doença ainda representa importante morbimortalidade, principalmente entre os homens idosos. Nesse sentido, recomenda-se potencializar as estratégias de imunização nos territórios com campanhas de vacinação direcionadas a esse público.

Palavras Chave

Tétano acidental; Perfil epidemiológico; óbitos; vacinação.