Dados do Trabalho


Título

Carreadores lipídicos nanoestruturados contendo óleo essencial de Rosmarinus of icinalis: Uma nova abordagem para o controle do mosquito vetor Aedes aegypti

Introdução

O mosquito Aedes aegypti é responsável por transmitir arboviroses, doenças que representam um grande problema de saúde pública.

Objetivo (s)

Esse trabalho visou desenvolver carreadores lipídicos nanoestruturados (CLNs) como uma estratégia inovadora no encapsulamento do óleo essencial de Alecrim (OEA, Rosmarinus officinalis), a fim de melhorar sua eficácia, como alternativa sustentável e promissora no controle do mosquito Ae. aegypti.

Material e Métodos

OEA foi caracterizado por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM). Foi desenvolvido um delineamento experimental do tipo Box-Behnken, através da produção de 17 formulações, onde a variável dependente foi o tamanho das partículas e as variáveis independentes as concentrações do lipídio sólido (Precirol® ATO 5, 0,79%-9,2%), lipídio líquido (OEA, 0,79-9,2%) e surfactante hidrofílico (Pluronic® F-127, 0,32-3,68%). Após otimização (CLN1), a fase aquosa foi substituída por uma solução de quitosana a 0,25% (CLNQ). CLNs foram produzidos pelo método de emulsão a quente seguida de sonicação (3 min, 70W) e caracterizados pela técnica de dispersão dinâmica de luz (DLS) no Zetasizer Nano ZS90. A avaliação inseticida foi realizada expondo larvas L3 de Ae. aegypti a múltiplas concentrações (100-1000 ppm) de OEA, CLN1, CLNQ e controles de triglicerídeo de cadeia média (mct, 1% em Tween® 80), CLNmct, Tween® 80 1% por 24h.

Resultados e Conclusão

CG-EM revelou que o eucaliptol (51,59%) foi o composto majoritário presente no OEA, seguido da cânfora (14,39%). CLN1 apresentou tamanho de partícula 232,1±5,0 nm, PDI de 0,26±0,03 e potencial Zeta (ζ) de -21,0±1,0 mV. A fase aquosa foi substituída por uma solução de quitosana a 0,25% (CLNQ) e o PZ foi alterado para +44,5±1,0 mV (PDI 0.22±0.01 e tamanho de partícula 212,3±3,3). Quanto ao ensaio larvicida, mct, OEA, CLN1, CLNQ e CLNmct apresentaram, respectivamente, taxas de mortalidade de 45,3%, 98,6%, 100%, 100% e 4% em 1000 ppm. Os controles mostraram apenas 1,33% de mortalidade em 1000 ppm. Observou-se uma diminuição do efeito de OEA em 500 ppm (40%), enquanto CLN1 E CLNQ continuaram promovendo 100% de mortalidade. Destaca-se também como CLNQ foi capaz de matar 50,7% das larvas em 100 ppm, feito que os outros grupos não alcançaram, apresentando mortalidade baixa (<10%) ou nula. A triagem realizada demonstrou que os carreadores lipídicos foram capazes de potencializar a atividade larvicida do OEA, promovendo perspectivas promissoras no desenvolvimento de agentes larvicidas para o vetor Ae. aegypti.

Palavras Chave

produtos naturais; dengue; Nanobiotecnologia; agente entomicida; carreadores lipídicos.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Luís Fellipe Alves da Silva, Lindomara Cristina Felix da Silva, Anne Beatriz Cunha Barros, Anny Letícia Marinho Ramos Cardoso, Anauara Lima e Silva, Fabiola da Cruz Nunes, Francisco Humberto Xavier Junior