Dados do Trabalho


Título

Estudo experimental da ação de arilimidamidas na profilaxia da infecção por Trypanosoma cruzi por via iatrogênica

Introdução

A doença de Chagas (DC) é uma doença negligenciada que afeta mais de 6 milhões de pessoas, especialmente na América Latina, estando associada à pobreza. A DC é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e pode ser transmitida por via vetorial, oral, vertical (mãe para o filho), acidental e iatrogênica. Historicamente, o cristal violeta foi usado para reduzir patógenos, mas devido a seus efeitos colaterais, novos compostos antiparasitários têm sido buscados.

Objetivo (s)

Investigar três arilimidamidas (AIAs) – DB745, DB766 e DB1831, já reportadas quanto a sua ação anti-T.cruzi, quanto a seus potenciais quimioprofiláticos sobre amostras de sangue oriundas de camundongos infectados experimentalmente com T. cruzi.

Material e Métodos

Perfil de infectividade in vivo de tripomastigotas de corrente sanguínea tratados com AIAs:  camundongos foram inoculados (via ip): (a) amostras de sangue infectadas não tratadas; (b) infectados utilizando amostras de sangue pré-tratadas durante 2 h com os compostos (EC50 ou com 96 µM das AIAs).  A parasitemia de camundongos foi verificada diariamente por contagem microscópica direta de parasitos em 5 µL de sangue coletado da cauda. O peso corporal foi avaliado semanalmente e a mortalidade foi verificada diariamente até 40 dias após o tratamento e expressa como porcentagem de sobrevivência. Trinta dias após o tratamento, os animais foram imunossuprimidos com ciclofosfamida (50 mg/kg) em três ciclos de 4 dias consecutivos/semana e as taxas de parasitemia e mortalidade foram avaliadas durante 4 semanas. Todos os procedimentos foram realizados de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da FIOCRUZ (CEUA LW-16/2013, CEUA L038-2017).  

Resultados e Conclusão

Avaliamos a infectividade de modelo murino de infecção experimental aguda com formas tripomastigotas tratadas (por 2 horas na concentração do EC50 e 96 μM em 96% de sangue de camundongos) com AIAs. Observamos uma redução significativa no pico de parasitemia com a incubação com as AIAs. A DB1831 (96 μM) suprimiu significativamente (>99%) a parasitemia em 60% dos camundongos tratados. A DB1831 foi então avaliada quanto à suscetibilidade em camundongos fêmeas e machos. Os achados confirmam a supressão da carga parasitária, resultando em altas taxas de sobrevivência e redução da recidiva após imunossupressão. O conjunto de dados indica que as AIAs possuem potencial para quimioprofilaxia em bancos de sangue, visando reduzir a transmissão da DC por vias iatrogênicas. 

Palavras Chave

Doença de Chagas; banco de sangue; arilimidamidas

Área

Eixo 06 | 1.Protozooses humanas e veterinárias - Doença de Chagas

Prêmio Jovem Pesquisador

3.Concorrer na categoria - Doutorado

Autores

Aline Nefertiti silva da Gama, Bruno Timm, Maria de Nazaré Correia Soeiro