Dados do Trabalho

Título

RELATO DE CASO: CROMOBLASTOMICOSE GRAVE COM BOA RESPOSTA CLÍNICA A ANFOTERICINA B ASSOCIADA A 5-FLUOCITOSINA

Objetivos(s)

Relatar um caso de cromoblastomicose grave com falência clínica e histopatológica ao itraconazol, terbinafina e iodeto de potássio durante 7 anos de tratamento ambulatorial, em paciente idoso, hipertenso e diabético, que obteve resposta clínica satisfatória com anfotericina B desoxicolato associada a 5 –fluocitosina em 30 dias de tratamento em regime hospitalar.

Relato do Caso

Este trabalho traz o relato de caso de homem branco, heterossexual, 66 anos, com história patológica pregressa de hipertensão arterial sistêmica e diabetes melitus tipo 2, agricultor, residente em área rural de Baldim-MG que em 2017 apresentou lesão única em glúteo direito com sequente disseminação cutânea tratada com itraconazol 200mg/dia e crioterapia até 2023 e posteriormente com terbinafina 250mg/dia associada a iodeto de potássio 20gotas/dia. À admissão hospitalar, exibia placas verrucosas descamativas, confluentes, com pontos negros e bordas infiltradas, que se estendiam em toda região glútea e face interna da coxa direita associadas a lesões verrucosas e nodulares de tamanhos variados em membros superiores, dorso do pé esquerdo e orelha esquerda. Apresentou vários exames histopatológicos de biópsia de pele com hiperplasia pseudo-epiteliomatosa e processo inflamatório crônico granulomatoso com células muriformes confirmando o diagnóstico de cromoblastomicose desde o início das lesões em 2017. Não realizou nenhuma cultura com identificação do gênero e as nossas culturas não apresentaram crescimento. Iniciado tratamento com anfotericina B desoxicolato 50mg/dia já com resposta clínica evidente após 7 dias da medicação seguida pela associação de 5-flucitosina ao esquema. Desde então, paciente exibe melhora quase completa da infiltração e descamação de todas as lesões, inclusive das extensas, recebendo alta hospitalar com itraconazol 200mg/dia após dose acumulada de 2 gramas de anfotericina B e 30 dias de uso de 5-fluocitosina.

Conclusão

É importante ressaltar que até o momento não há tratamento de escolha para cromoblastomicose e que formas graves com lesões extensas respondem mal à terapia. Itraconazol é a droga mais efetiva nas formas leves e moderadas e que a associação anfotericina B e 5- flucitosina não se mostrou eficaz em muitos trabalhos tendo em vista seus efeitos colaterais e suspensão precoce do tratamento. Logo, a despeito da não identificação do gênero, relatamos um caso raro de paciente que mediante tolerância às medicações desenvolveu resposta clínica satisfatória ao regime proposto.