Dados do Trabalho


Título

Controle da Leishmaniose Visceral – Estratégias de Educação Permanente e monitoramento de vetores no uso de coleiras impregnadas com deltametrina 4% em reservatório canino no município de Mariápolis, São Paulo

Introdução

A complexidade da transmissão da Leishmaniose Visceral (LV) exige ações e intervenções integradas de saúde, ambiente, animal e vetor que tenham sustentabilidade e monitoramento.

Objetivo (s)

Monitorar a estratégia de encoleiramento, quanto ao impacto na densidade vetorial, organização das atividades e adesão da população. 

Material e Métodos

Estudo de intervenção desenvolvido no município de Mariápolis, SP, com 3.513 habitantes, último registro de caso humano de LV em 2020 e prioritário para o recebimento das coleiras impregnadas com inseticida (deltametrina 4%). No período de nov. de 2022 a abril de 2024, 24 imóveis foram pesquisados, com armadilhas de isca luminosa e captura manual, por três noites consecutivas, mensalmente. Iniciado em agosto de 2022 e concluídos quatro ciclos de encoleiramento, semestrais, na totalidade de cães do município. Dois inquéritos sorológicos censitários no primeiro e terceiro ciclo e foram implementadas ações de Educação Permanente. 

Resultados e Conclusão

Capturados 3814 exemplares da espécie Lutzomyia longipalpis, sendo 3425 machos e 389 fêmeas. Em média, 502 cães receberam as coleiras, com 12,98% de perda, e a duração da execução do ciclo foi de 88,5 dias. A positividade canina no primeiro ciclo foi de 13,36% e 10,62% no terceiro ciclo. Eutanasiados 77 dos 106 cães reagentes (72,6%). O diagnóstico do ambiente foi realizado em 61 quarteirões, com 17% dos imóveis com risco pela presença de matéria orgânica em decomposição. Duas entrevistas foram realizadas em dois períodos, no início da estratégia e durante, com 54 moradores e um questionário para investigação de conhecimento para 17 profissionais da saúde. Dentre os resultados destaca-se que os profissionais de saúde, conheciam medidas preventivas, sintomas no cão e humano, contudo 18% responderam que a doença é transmitida de cão para humano e 6% não souberam a função da coleira. A percepção referente ao aceite a população foi (70,6%) ótima, (23,5%) bom e (5,9%) regular. Quanto a população e o entendimento da dinâmica da doença, disseram saber o que é a LV (71,2% e 79,7% depois) e como é transmitida (36,2% e 54,2% depois). Sobre a prevenção da doença e sintomas no cão e no homem, a média foi de 70% antes e 73,5% depois. Durante o trabalho houve produção de folhetos educativos, vídeos, capacitações para abordagem ao morador e incremento de ações de manejo ambiental. O diagnóstico com a população e com a equipe de saúde foi importante para implementação de ações educativas permanentes com diferentes abordagens dialógicas.

Palavras Chave

Coleira; Deltametrina 4%; Leishmaniose Visceral; Educação permanente

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Tania Mara Tomiko Suto, Keuryn Alessandra Mira Luz Requena, Rosemari Suto, Luciana Teramossi Rodrigues Rocha, Osias Rangel, Katia Denise Saraiva Bresciani, Lilian Aparecida Colebrusco Rodas, Susy Mary Perpetuo Sampaio