Dados do Trabalho


Título

Casos de malária importados de outros países para o Brasil de 2007 a 2022.

Introdução

A malária é uma doença infecciosa febril aguda de importância mundial, e quando não tratada oportunamente pode evoluir para estágios graves e ocasionar óbito. Em 2022, na América do Sul, o Brasil foi o 2º país com maior número de casos da doença, precedido pela Venezuela. O Brasil trabalha com o objetivo de eliminar casos autóctones da doença até 2035 e eliminar os óbitos até 2030. 

Objetivo (s)

Analisar a ocorrência de casos de malária importados de outros países para o Brasil e discutir sua influência no processo de eliminação dos óbitos e dos casos da doença.

Material e Métodos

Estudo ecológico de série temporal analisando casos de malária importados de outros países e detectados no Brasil entre 2007 e 2022. Os dados são provenientes do Sivep-malária e Sinan. Foram empregadas medidas de estatística descritiva e análises de tendências temporais com uso da regressão Prais-Winsten.

Resultados e Conclusão

Resultados Foram notificados 109.914 casos importados no período do estudo, representando 2,6% da carga total de malária no Brasil. Estimou-se uma redução anual de 515,3 casos (p=0,001) no período; ao se considerar o efeito pandêmico, estimou-se redução de 3.301,8 casos a partir de 2020 (p=0,001). Na região amazônica, as infecções importadas por P. vivax predominaram – provenientes principalmente de países da América Latina. Na região extra-amazônica as infecções importadas por P. falciparum foram mais frequentes – provenientes principalmente de países do continente Africano. O perfil de casos foi de: homens (67,8%); indivíduos de raça/cor negra (47,5%); com ensino fundamental incompleto (45,1%); pessoas de 20 a 39 anos (61,1%); e garimpeiros (53,2%). A América do Sul foi responsável por 97,2% dos casos, com contribuições significativas da Guiana Francesa (31,7%), Venezuela (30,0%) e Guiana (17,9%). Além disso, nações africanas, Angola e Nigéria, foram as principais fontes de casos de malária importada para a região extra-amazônica, principalmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.   Conclusão O fluxo de casos importados, predominantemente da América Latina, ameaça as metas de eliminação do Brasil ao potencialmente reintroduzir a doença em áreas anteriormente livres e sustentar a transmissão em áreas endêmicas. Fortalecer a vigilância epidemiológica nas fronteiras e promover a cooperação internacional, com países vizinhos como a Venezuela, Colômbia e com organizações como a Organização Pan-Americana da Saúde, são passos imperativos para enfrentar esse desafio.

Palavras Chave

malária; Malária importada; Vigilância Epidemiológica; Análise de Séries Temporais; Estudos de Séries Temporais Interrompidas

Área

Eixo 06 | 3.Protozooses humanas e veterinárias - Malária

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Klauss Kleydmann Sabino Garcia, Gabriel Zorello Laporta, Amanda Amaral Abrahão, Anielle Pina Costa, André Machado Siqueira