Dados do Trabalho

Título

Óleo essencial de Piper tuberculatum Jacq. (Piperaceae) e seu composto majoritário β-cariofileno: mecanismo de ação larvicida contra Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) e toxicidade seletiva

Introdução

A dengue é uma arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti em mais de 100 países, para a qual a OMS estima que 2,5 milhões de pessoas poderá ser infectada por essa doença. A disseminação dessa doença se deve, entre outros fatores, à resistência do A. aegypti a vários inseticidas comerciais. Os inseticidas sintéticos têm sido a abordagem primária no controle de A. aegypti, no entanto, seu uso indiscriminado levou a seleção de resistência e à toxicidade para animais não-alvo. Em contraste, os óleos essenciais (OEs) são alternativas para o controle de vetores. 

Objetivo (s)

Objetivo geral avaliar é óleo essencial de Piper tuberculatum Jacq. (Piperaceae) e seu composto majoritário β-cariofileno como mecanismo de ação larvicida contra larvas de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae) e sua toxicidade seletiva. 

Material e Métodos

O OE foi extraído por hidrodestilação das folhas (200 g) de P. tuberculatum e analisado por GC-MS e GC-FID. O principal composto β-cariofileno (99,9% de pureza) foi adquiridos da Sigma-Aldrich® Brasil. A atividade larvicida do OE (20 a 100 ppm) e do β-cariofileno (20 a 100 ppm) foi realizada de acordo com o protocolo da OMS contra larvas de terceiro estadio de A. aegypti. O ensaio in vitro para a inibição da acetilcolinesterase foi conduzido seguindo o método de Ellman de 1961. Para a realização do Ensaio de Indicadores de Estresse Oxidativo foi usando um leitor de placas SpectraMax (Molecular Devices, EUA).  A toxicidade do OE de P. tuberculatum e do β-cariofileno foi avaliada em animais não-alvo Toxorhynchites haemorrhoidalis (Culicidae), Anisops bouvieri (Hemiptera) e Diplonychus indicus (Heteroptera). 

Resultados e Conclusão

Ambos, OE e β-cariofileno demonstraram atividade larvicida com (LC50 de 48,61 e 57,20 ppm, p < 0,05), a inibição da acetilcolinesterase apresentou (IC50 de 57,78 e 71,97 ppm). As larvas tratadas com esse bioinsecticida apresentou tremores e movimentos letárgicos, sugerindo ação neurotóxica. Diante disto observou-se  um aumento na produção de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio nas larvas após a exposição ao OE e ao β-cariofileno. Além disso, o OE e o β-cariofileno não demonstraram toxicidade para os animais não-alvo T. haemorrhoidalis, A. bouvieri e D. indicus (100% de taxa de sobrevivência), enquanto que o inseticida α-cipermetrina, utilizado como controle positivo, foi altamente tóxico (100% de mortalidade). Os resultados demonstram que o OE de P. tuberculatum e o β-cariofileno são importantes agentes larvicidas.

Palavras Chave

Piperaceae; Aedes; sesquiterpenos; controle biológico