Dados do Trabalho

Título

Doses aplicadas da vacina para HPV entre 2012 a 2022: diferença entre sexos no cuidado à saúde

Introdução

O papilomavírus humano (HPV) é um vírus oncogênico e sexualmente transmissível, e sua vacinação previne diversos tipos de câncer. O SUS disponibiliza doses para meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade, para estimular uma imunização mais eficaz, idealmente antes do início de atividades sexuais. Todavia, há baixa adesão à vacinação no sexo masculino, devido à perspectiva equivocada de que a doença apresenta riscos somente às mulheres. Dessa forma, busca-se possíveis motivos e a partir disso, ações que promovam a ampla adesão da prevenção.

Objetivo (s)

Verificar o número de doses da HPV Quadrivalente aplicadas aos homens, em comparação às mulheres, e analisar diferenças, características e possíveis motivos para a não vacinação.

Material e Métodos

Estudo descritivo e comparativo a partir de busca bibliográfica com o uso dos descritores “HPV”, “Vacinação” e “Homens”, na base de dados PubMed referente aos últimos 10 anos, sem restrição de idioma e que seguiam a temática proposta. Busca-se correlacionar com a pesquisa do número de doses aplicadas de vacina HPV Quadrivalente a cada sexo, entre 2012 e 2022, registradas no SI-PNI.

Resultados e Conclusão

No período considerado, registrou-se 50.564.414 doses aplicadas de HPV Quadrivalente, sendo o sexo masculino com 13.729.372 doses (27,1%) em comparação com o sexo feminino que obteve 36.835.042 doses (72,9%). Desse conjunto de dados, observa-se um menor número de imunização na Região Centro-Oeste em ambos os sexos, com 2.793.749 doses em meninas e 1.041.702 doses em meninos, com decréscimo anual de 2018-2021 (SI-PNI). Ademais, o Brasil dispõe de índices muito abaixo do ideal de vacinação, e apenas 36% dos meninos tomaram duas doses. Essa baixa cobertura se relaciona à ocorrência de câncer anal em homens, sendo 80% relacionado à infecção pelo HPV tipo 16 e 18, além do câncer de orofaringe, que é cinco vezes mais incidente em rapazes. Além disso, os homens atuam também como poderosos transmissores do vírus, o que converge com o surgimento dos 15 mil novos casos de HPV no país (Menezes FdS, 2020). Nesse contexto, os principais relatos da menor prevenção de HPV nos homens em comparação às mulheres são a falta de conhecimento da existência da vacina (71,6%), seguido de rejeição do jovem ou do adulto responsável (19,4%), devido ao baixo entendimento sobre seus benefícios (Almeida RCAA, 2020). Portanto, torna-se urgente garantir a cobertura de doses aplicadas contra o HPV, principalmente no sexo masculino, para um cuidado integral da saúde no Brasil.

Palavras Chave

Papillomavirus humano; Cobertura Vacinal; vacinação.