Dados do Trabalho

Título

ASPECTOS ECOEPIDEMIOLÓGICOS DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESPÍRITO SANTO

Introdução

A doença de Chagas é considerada uma das doenças negligenciadas mais importantes da América Latina. O agente etiológico é o Trypanosoma cruzi, transmitido por insetos hematófagos, conhecidos como barbeiros, que pertencem à subfamília Triatominae. O estado do Espírito Santo (ES) não é considerado uma área de alto risco para doença de Chagas. Entretanto, a presença de triatomíneos de grande importância epidemiológica, como Panstrongylus megistus,  indica o potencial risco de transmissão vetorial. 

Objetivo (s)

O objetivo foi avaliar a situação epidemiológica da doença de Chagas no estado do Espírito Santo e os riscos da transmissão vetorial no estado.

Material e Métodos

Foi construído um modelo de nicho ecológico de P. megistus e um mapa com áreas de risco utilizando os programas: Maxent, KUENM do pacote R e ArcMap. Além disso, foi construído um mapa dos casos de doença de Chagas no ES entre 2001 e 2023. Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética e foi aprovado conforme parecer nº 5.572.551. 

Resultados e Conclusão

O modelo final projetado no mapa para P. megistus indicou alta adequabilidade nas regiões central e sudeste do estado, onde a ocorrência da espécie é maior. A presença da espécie em outras regiões do estado indica a capacidade da espécie de se adequar a várias condições ecológicas. Foram registrados 62 casos de doença de Chagas no Espírito Santo entre 2001 e 2023. 38,7% dos casos eram autóctones e 30% foram considerados importados de outras localidades. Os outros 31,3% casos foram considerados desconhecidos quanto à origem da infecção. Dos 24 casos autóctones, 13 foram transmitidos por triatomíneos, um foi transmitido por via oral e um foi infectado acidentalmente. De acordo com o mapa de risco, a maioria das áreas do Espírito Santo apresentou alto risco de ocorrência de P. megistus, exceto algumas áreas no Norte e no Sul. As áreas de risco corresponderam aos pontos de ocorrência dos casos autóctones de transmissão vetorial registrados em sete municípios. Os resultados deste estudo contribuem para a vigilância epidemiológica regional e nacional, para implementação de medidas de controle vetorial mais eficazes, especialmente em áreas de risco. 

Palavras Chave

Doença de Chagas; Panstrongylus megistus; Epidemiologia