Dados do Trabalho

Título

ATIVIDADE ANTI-Cryptococcus spp. DE COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO À BASE DE COBRE E PRATA COMPLEXADOS A 1,10-FENANTROLINA-5,6-DIONA

Introdução

Em 2022, o fungo Cryptococcus neoformans liderou a lista da Organização Mundial da Saúde como patógeno fúngico de prioridade critica a ser estudado. Os poucos antifúngicos disponíveis apresentam toxicidade para o paciente e a crescente frequência de isolamento de cepas resistentes limita o sucesso do tratamento clínico.

Objetivo (s)

Nesse contexto, buscamos avaliar a atividade de dois compostos de coordenação: [Cu(phendione)3](ClO4)2.4H2O (Cu-fendiona) e [Ag(phendione)2]ClO4 (Ag-fendiona) contra 6 isolados clínicos de Cryptococcus: 3 C. gattii e 3 C. neoformans.

Material e Métodos

Os isolados foram cultivados em meio Sabouraud a 37ºC. A concentração mínima inibitória (CMI) foi realizada seguindo CLSI M27-A3 e a concentração mínima fungicida (CMF) por contagem de CFU após plaqueamento em meio Sabouraud. Avaliamos a atividade hemolítica dos compostos, após 3 horas de incubação com eritrócitos de carneiro. Avaliamos, por fim, a toxicidade dos compostos em larvas de Galleria melonella. O índice de seletividade (IS) foi calculado através da fórmula CC50/MIC100.

Resultados e Conclusão

Os resultados evidenciaram que a CMI do Cu-fendiona foi de 3,125 µM para C. neoformans e 6,25 µM para C. gattii, enquanto que o CMI da Ag-fendiona foi 1,56 µM para ambas as espécies fúngicas. A CMF do Cu-fendiona variou de 6,25 a 50 µM, da Ag-fendiona variou de 12,5 a 25 µM. Ambos os compostos de coordenação não apresentaram atividade hemolítica in vitro até a concentração de 62,5 µM, obtendo assim IS>10 para C. gattii e IS>20 para C. neoformans em relação ao composto Cu-fendiona; e IS>40 para Ag-fendiona para ambas as espécies. Os compostos de coordenação também não apresentaram toxicidade em larvas de G. mellonella inoculadas com até 1 mM, apresentando 100% de sobrevivência após 7 dias, obtendo-se assim IS de >320 para Cu-fendiona em relação ao C. neoformans e >160 para C. gattii; e >641 para Ag-fendiona, para ambas as espécies. Os resultados obtidos demonstram que esses compostos de coordenação exibem boa atividade contra Cryptococcus spp. e são promissores plataformas para o desenvolvimento de novos antifúngicos. Os próximos experimentos visarão avaliar o potencial anti-Cryptococcus no tratamento in vivo e continuar investigando os diferentes mecanismos de ação desses compostos.

Palavras Chave

Cryptococcus; Composto de coordenação; Galleria mellonella