Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO ENDOTELIAL E PRODUTOS DE LESÃO CELULAR EM FASES DISTINTAS DA DENGUE

Introdução

A dengue é uma arbovirose que de acordo com sua evolução, pode levar a disfunção endotelial e lesão celular, com liberação de padrões moleculares associados ao dano, como DNA mitocondrial e genômico, no sangue.

Objetivo (s)

Este estudo buscou avaliar a função endotelial e os níveis de DNA mitocondrial e genômico circulantes como marcadores das fases distintas da dengue, diferenciando-a de outras síndromes virais.

Material e Métodos

Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da secretaria de saúde de um municipio de MG (0604.0.203.410-10A). Indivíduos com sintomas de dengue atendidos nas unidades de saúde entre 2011 e 2013 foram agrupados de acordo com os dias de sintomas em fase precoce (1-4) e tardia (>5); ou por cada dia. O diagnóstico foi feito por RT-PCR, ELISA (NS1) e IgM/IgG (grupo "dengue", n=33). Não reagentes sintomáticos (n=31) formaram o grupo "febre não dengue" e foram divididos igualmente. O grupo "controle" (n=6) foi composto por indivíduos saudáveis. A função endotelial foi avaliada pelo software Endo-PAT 2000® e níveis de DNA mitocondrial e genômico foram avaliados por RT-PCR. GraphPad Prism 9, La Jolla, CA, EUA, foi usado para análise estatística das medianas. P<0.05 foi considerado como significativo.

Resultados e Conclusão

As caracteristicas demográfficas dos participantes foram semelhantes. Na fase inicial, ambos os grupos dengue e febre não dengue apresentaram redução da função endotelial em relação ao grupo controle (p<0,01). No entanto, a normalização ocorreu mais rapidamente no grupo febre não dengue (3º dia) em comparação ao grupo dengue (6º dia). Níveis elevados de DNA mitocondrial em relação ao controle foram observados nos 2 primeiros dias de sintomas no grupo febre não dengue (6x de aumento, p<0,05), com retorno a valores basais no 3º dia. Notavelmente, no grupo dengue, houve aumento progressivo a partir do 2º dia (5x de aumento, p<0,05), até o 7º dia de sintomas (12x de aumento,  p<0,05). Níveis aumentados de DNA genômico foram observados apenas na fase precoce, e em ambos os grupos (p<0,05). Identificamos neste estudo, que a dengue induziu atraso na melhora da função endotelial em relação a outras síndromes virais. Além disso, DNA mitocondrial se revelou um marcador da fase tardia da dengue e poderia estar envolvido em um pior prognóstico, uma vez que é associado a morte celular. Esperamos que esses resultados forneçam suporte para estudos em outros contextos e aplicação desses marcadores na diferenciação de infecções virais e avaliação de prognósticos. Agências Financiadoras: FAPEMIG e INCT em dengue.      

Palavras Chave

Arboviroses; Endotélio Vascular; biomarcadores; PCR quantitativa

Área

Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

THIAGO VINICIUS ÁVILA, FLÁVIO LOPES FERREIRA, FERNANDA OLIVEIRA FERRAZ, MATEUS ALVES REZENDE, DANIELE GLÓRIA SOUZA, MAURO MARTINS TEIXEIRA