Dados do Trabalho
Título
Esporotricose humana em Alagoas: Relato de caso
Objetivos(s)
Relatar o caso de uma paciente diagnosticada com esporotricose, avaliando características clínicas, modo de transmissão, evolução, diagnóstico e tratamento.
Relato do Caso
Mulher, 44 anos, residente de São Miguel dos Campos–AL. O quadro infeccioso iniciou-se em 21/03/2024, após a paciente lesionar um espaço entre o 3º e o 4º quirodáctilo da mão direita, enquanto manuseava areia contendo dejetos de felinos errantes portadores de esporotricose que vivem na sua região. Após o ocorrido, ao procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a paciente não obteve diagnóstico para esporotricose, foi realizada a drenagem de exsudato da região lesionada e prescrito tratamento com pomada à base de corticoide e antibiótico VO. Logo mais, devido ao agravamento da lesão, a paciente procurou um posto de saúde em 25/03/2024, onde foi examinada por uma enfermeira dermatológica especializada em feridas de difícil cicatrização que, ao associar a sintomatologia clínica com dados epidemiológicos, diagnosticou a lesão como esporotricose. Com a definição do diagnóstico correto, o tratamento anteriormente prescrito foi interrompido e um novo foi instaurado. O protocolo novo constou com a realização de higienização da ferida com sabonete contendo PHMB (Polihexametileno Biguanida), em conjunto com expressão manual para examinar a presença de exsudato, seguida por limpeza utilizando solução fisiológica (NaCl), aplicação de curativo de hidrofibra com prata e EDTA, e uso de antibiótico VO por 10 dias. 48h após a execução dos procedimentos, a paciente realizou a primeira reavaliação, onde já foi observada excelente resposta cicatricial. Posteriormente, foi dado continuidade ao tratamento avançado de lesão, com trocas de curativo e higienização a cada 72h. O mesmo durou por 34 dias, sendo finalizado em 29/04/2024, data em que a paciente recebeu alta por cura e retornou para casa com a região acometida pelo fungo totalmente cicatrizada.
Conclusão
A transmissão da doença ocorreu de forma ambiental, que vem sendo descrita com menos frequência atualmente, e com possível envolvimento zoonótico. Observou-se a dificuldade de profissionais da saúde humana em realizar o diagnóstico da esporotricose, já que a paciente só obteve diagnóstico correto ao consultar uma especialista em feridas. E, por fim, conclui-se que o protocolo de tratamento adotado foi excelente, apresentando rapidez, praticidade e efetividade.
Área
Eixo 12 | 1.Micoses humanas e veterinárias - Esporotricose
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Edson Melo Lima Júnior, Karla Patrícia Chaves Silva, Martina Vasconcelos Oliveira Lemos, Andréa Karla Chaves Silva