Dados do Trabalho
Título
Avaliação da ação repelente do óleo de andiroba (Carapa guianensis) sobre Anopheles darlingi (Diptera: Culicidae)
Introdução
O Anopheles darlingi desempenha um papel crucial como vetor da malária na região norte do Brasil. Para proteção individual contra mosquitos, o uso de repelentes como DEET tem se mostrado tóxicos para saúde humana. Logo, os repelentes naturais têm ganhado crescente relevância como alternativas aos repelentes de origem sintética. Com isso, o óleo de andiroba tem despertado um interesse científico, visto que é de origem natural utilizado etnobonicamente pela população amazônica.
Objetivo (s)
Avaliar a potencial ação repelente do óleo de andiroba contra An. darlingi.
Material e Métodos
Os mosquitos foram obtidos da Plataforma de Produção e Infecção de Vetores da Malária da Fiocruz (PIVEM) - Rondônia. Os mosquitos de laboratório foram mantidos sob condições controladas conforme Araujo et al. (2019). O óleo foi obtido de uma comunidade extrativista da região amazônica. Para verificar a irritabilidade do óleo foram realizados testes de "Hen's Egg Test Chorionallantoic Membrane" (HET-CAM). Os testes para avaliar a repelência do óleo seguiram as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (2009), visando determinar a dose efetiva (ED50 e ED99) que foram estimadas a partir do modelo dose-resposta e dose log-normal, calculado pela função drm do pacote R e o tempo de proteção total (CPT mediano) usando a análise de sobrevivência de Kaplan-Meier. A permissão para recrutar voluntários foi concedida pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Humanos do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (CEPEM) em Rondônia (nº 6.562.786).
Resultados e Conclusão
Os ensaios de HET-CAM mostraram que o óleo de andiroba não apresenta propriedades irritantes, indicando segurança tópica para aplicação na pele. Posteriormente, foram conduzidos testes de repelência, e os dados indicaram que o óleo de andiroba puro proporciona 100% de efeito de repelência contra An. darlingi. Os dados revelaram a ED50 de 54 mg (90 µg/cm² [IC 95%: 35.049, 74.165]) do óleo de andiroba. Enquanto a ED99 foi de 89 mg (1483 µg/cm² [IC95%: 71.213, 205.361]), sugerindo a necessidade de uma dose mais elevada para uma proteção mais abrangente contra os anofelinos. Os resultados mostraram que o CPT mediano para o óleo de andiroba (120 min [IC 95%: 90, NA]) foi significativamente menor do que o observado para o DEET (150 min [IC 95%: 120, 180]). Esses resultados oferecem contribuições significativas na bioprospecção de repelentes naturais, evidenciando que os óleos amazônicos, como o de andiroba, são seguros e eficazes para uso contínuo na proteção individual contra picada de mosquitos.
Palavras Chave
Prevenção; repelente natural; Amazônia.
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Prêmio Jovem Pesquisador
2.Concorrer na categoria - Mestrado
Autores
Marina Lobo da Rocha, José Daniel Costa Pontual, Geisa Paulino Caprini Evaristo, Minelly Azevedo da Silva, Márcia Bay, Jansen Fernandes Medeiros, Maisa da Silva Araújo