Dados do Trabalho


Título

Estudo de prevalência e análise de casos de dengue e dengue grave em crianças e adolescentes brasileiros de 2019-2023

Introdução

A dengue é uma doença febril aguda que se enquadra no grupo das arboviroses, com transmissão predominantemente vetorial. Trata-se de uma infecção com alta incidência no Brasil, cursando com períodos de epidemia e apresentando elevados índices de morbimortalidade, mesmo em vigência de protocolos específicos para conduta e manejo da doença.

Objetivo (s)

Analisar os casos de dengue e dengue grave em crianças e adolescentes por região brasileira no último quinquênio e descrever a associação da gravidade dos casos e da faixa etária dos pacientes durante o mesmo período no Brasil.

Material e Métodos

Estudo observacional do tipo ecológico, descritivo e quantitativo, analisando dados epidemiológicos do SINAN, por meio do DATASUS, no período de 2019 a 2023 no Brasil. Foram analisados os casos prováveis de dengue em crianças e adolescentes (0-14 anos) por região brasileira e evolução para gravidade em tal período, considerando-se gravidade como o total de casos classificados como dengue com sinais de alarme e casos de dengue grave. As idades dos pacientes foram categorizadas nas faixas-etárias: < um ano, um a quatro anos, cinco a nove anos e 10 a 14 anos. Foi realizada análise estatística descritiva dos dados.

Resultados e Conclusão

Observou-se 992.258 casos prováveis de dengue na população estudada entre 2019 e 2023, sendo registrados 42.108 (4,24%) casos na região Norte, 193.961 (19,54%) na região Nordeste, 413.774 (41,71%) na região Sudeste, 156.128 (15,74%) na região Sul e 186.287 (18,77%) na região Centro-Oeste. Em todas as regiões, houve predomínio de casos na faixa etária de 10-14 anos, representando, no Norte, 41,2% do total de casos, no Nordeste, 38,9%, no Sudeste, 45,8%, no Sul, 47% e no Centro-Oeste, 40,1%. Foi possível observar maior prevalência de casos graves (grupos C e D) nas faixas etárias de < um ano (2,2%) e de cinco a nove anos (2,02%) se comparados com as faixas de um a quatro anos (1,6%) e 10-14 anos (1,64%). Conclui-se, portanto, que houve um predomínio de casos de dengue na faixa etária de 10 a 14 anos no Brasil, especialmente na região Sul. Tal resultado corrobora com a decisão do MS de direcionar as doses da vacina de dengue (Qdenga®) às crianças de 11 a 14 anos em diversos municípios. No entanto, é possível notar que, embora menos frequente, a infecção em menores de nove anos, no geral, tem maior probabilidade de evolução para casos graves, sendo imprescindível um melhor direcionamento de esforços para uma adequada assistência à saúde voltada a esta população.

Palavras Chave

dengue; Crianças; Adolescentes; Vigilância Epidemiológica; Brasil

Área

Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Amanda Zanfolin Dutra, Aurino Honorato de Oliveira Neto, Alice Moraes d'Avila Minatti, Paulo Sérgio Ramos de Araújo