Dados do Trabalho


Título

Avaliação de padrões hematológicos de até 985 dias de COVID longa: um estudo de corte transversal

Introdução

Muitos pacientes apresentam deficiências persistentes mesmo após a fase aguda da COVID-19, sendo essa condição chamada de COVID Longa. Buscar o entendimento de mecanismos que levam a alterações hematológicas em tais pacientes justifica o monitoramento de parâmetros sanguíneos. 

Objetivo (s)

O trabalho objetivou avaliar marcadores laboratoriais hematológicos, relacionando-os com achados clínicos e desfechos em longo prazo em pacientes com COVID longa. 

Material e Métodos

É um estudo observacional, transversal e prospectivo que foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade do Estado do Pará (parecer n° 4.252.664). Em um programa de atendimento clínico para pacientes com COVID longa, realizado na região Amazônica, entre março de 2020 a junho de 2022, pacientes selecionados passaram por entrevistas e coletas sanguíneas para quantificar marcadores relacionados ao eritrograma, leucograma e plaquetograma. Foram selecionados 260 pacientes, nos quais, o período médio de COVID foi de 308,1 dias e o período mais longo foi de 985 dias.

Resultados e Conclusão

Os pacientes hospitalizados na fase aguda da COVID-19 apresentaram aumento de hemácias, leucócitos e plaquetas e maiores porcentagens de RDW e plaquetócrito que os pacientes não hospitalizados.  Em pacientes com até 90 dias de COVID longa, os níveis de VCM, HCM e CHCM foram menores do que em pacientes com COVID longa por > 90 dias. O mesmo foi observado quando comparados pacientes de até 180 dias e de >180 dias. No entanto, pacientes com até 365 dias de COVID longa apresentaram aumento de VCM, HCM e CHCM. A contagem de hemácias e a porcentagem de RDW aumentaram em pacientes com até 90 e 180 dias da doença. Pacientes com mais de seis sintomas concomitantes apresentaram níveis aumentados de leucócitos e TP mais curto e com maior atividade do que os pacientes com menos de seis sintomas. Ter COVID longa por > 1 ano foi associado a uma contagem mais elevada de linfócitos e a baixos níveis de hemoglobina. Nos pacientes hospitalizados, os níveis de leucócitos foram correlacionados com o período de internação. Em conclusão, em 985 dias de COVID longa, podem existir mecanismos compensatórios para marcadores do eritrograma. Ainda, observou-se aumento de níveis de leucócitos e linfócitos, bem como TP mais curto nos grupos com piores desfechos, sugerindo uma resposta exacerbada ao envolvimento agudo, o que requer investigação mais aprofundada.

Palavras Chave

COVID longa; exames hematológicos; marcadores laboratoriais; eritrograma.

Área

Eixo 09 | COVID-19 humanas e veterinárias

Prêmio Jovem Pesquisador

4.Não desejo concorrer

Autores

Vanessa Costa Alves Galúcio, Daniel Carvalho de Menezes, Patrícia Danielle Lima de Lima, Vera Regina da Cunha Menezes Palácios, Pedro Fernando da Costa Vasconcelos, Elem Cristina Rodrigues Chaves, Aline Oliveira Rocha, Pedro Augusto Cordovil dos Santos, Juarez Antônio Simões Quaresma, Luiz Fábio Magno Falcão