Dados do Trabalho

Título

Investigação da resistência à azitromicina em Bactérias de ambiente hospitalar após a pandemia de covid-19 na cidade de Manaus- AM.

Introdução

A resistência antimicrobiana consiste no surgimento de bactérias que desenvolvem mecanismos capazes de contornar a ação dos antibióticos. Durante a pandemia de COVID-19 o uso extensivo de azitromicina, antibiótico muito utilizado no tratamento de doenças respiratórias bacterianas, exacerbou este desafio. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde ressaltou que as infecções hospitalares são um ponto crítico para o controle e disseminação da resistência antimicrobiana, destacando a necessidade de investigações mais aprofundadas nos ambientes hospitalares.

Objetivo (s)

Investigar a resistência à azitromicina em bactérias provenientes de hospitais públicos de Manaus-AM.

Material e Métodos

As coletas foram realizadas em diversos pontos da enfermaria como copa, sala de medicação, conforto médico, recepção e nos quartos dos pacientes em um hospital de referência. Foram utilizados swabs estéreis para as coletas, seguida de inoculação em meio nutritivo para crescimento bacteriano e isolamentos em placas em meios seletivos. Posteriormente, foram realizados testes de coloração de gram, oxidase, catalase e bioquímicos. Os testes de suscetibilidades aos antimicrobianos foram conduzidos através da técnica de disco-difusão, avaliando azitromicina, eritromicina e meropenem, medicamentos comumente utilizados no ambiente hospitalar.

Resultados e Conclusão

Foram coletadas 44 amostras do ambiente hospitalar, resultando em 111 isolados que foram fenotipicamente caracterizados como Pseudomonas spp., Klebsiella pneumoniae, Citrobacter freundii, Citrobacter koseri, Serratia marcescens, Yersínia pseudotuberculosis, Yersínia enterolítica, Shigella sonnei, Staphylococcus aureus e Streptococcus spp. Dos isolados, 63% apresentaram sensibilidade a azitromicina, 13% resistência intermediária e 24% resistentes. Além disso, foi observada uma taxa de resistência de 44% para eritromicina. O Meropenem, por sua vez, apresentou sensibilidade em 87% das amostras com apenas 9% de resistência. Dentre as amostras dos locais coletados, o quarto dos pacientes apresentou maior taxa de bactérias resistentes, com 64%, seguido de 20% posto de medicação, 12% conforto médico e 4% posto de enfermagem. Embora a maioria dos isolados tenham demonstrado sensibilidade à azitromicina, a presença significativa de amostras resistentes a esse antibiótico é preocupante. Diante disto, é crucial considerar a implementação de novas estratégias de vigilância e controle para o combate efetivo à disseminação da resistência antimicrobiana.

Palavras Chave

Resistência antimicrobiana; Resistência sistêmica; azitromicina; Amazonas; infecção hospitalar; COVID-19.