Dados do Trabalho

Título

AMBLYOMMA DISSIMILE (ACARI: IXODIDAE) EM BOA CONSTRICTOR CONSTRICTOR (SQUAMATA: BOIDAE)

Introdução

A Boa constrictor constrictor, conhecida popularmente como jibóia, é uma subespécie de serpente da família Boidae amplamente distribuída no território brasileiro. São animais de hábitos terrestres e, ocasionalmente, arborícolas, alimentam-se de aves, lagartos e mamíferos. As serpentes estão frequentemente expostas a ectoparasitas. Dentre os ectoparasitas, destacam-se os carrapatos, os quais apresentam uma ampla gama de hospedeiros, bem como são de suma importância para a saúde humana e animal, pois são vetores de inúmeros agentes etiológicos, como por exemplo, bactérias, nematóides, vírus e entre outros. O parasitismo de algumas espécies de ixodideos e argasídeos já foram relatadas em Boa constrictor constrictor, como, por exemplo Amblyomma rotundatum, Ornithodoros sp. e Amblyomma brasiliense

Objetivo (s)

O presente estudo tem como objetivo relatar a ocorrência do carrapato Amblyomma dissimile Koch, 1844 em Boa constrictor constrictor

Material e Métodos

A jibóia foi capturada no dia 22 de abril de 2023 próximo as dependências do Centro Nacional de Primatas (CENP) em Ananindeua – PA. O animal foi encaminhado para a Seção de Ecologia e Meio Ambiente (SAEMA) do CENP para avaliação, identificação de espécie e remoção de ectoparasitas. Os carrapatos foram removidos com auxílio de pinça, os espécimes foram acondicionados em tubos tipo falcon, encaminhados para o laboratório de entomologia médica da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas (SAARB) do Instituto Evandro Chagas (IEC) e armazenados em freezer -80 °C. A identificação das espécies de carrapatos foram realizadas observando as características morfológicas e utilizando as chaves dicotômicas propostas por Guimarães et al., 2011 e Dantas-Torres et al., 2019.

Resultados e Conclusão

Foram removidos 24 carrapatos da serpente Boa constrictor constrictor, dos quais 21 indivíduos foram identificados como Amblyomma dissimile, 18 machos e 3 fêmeas, e 3 ninfas. Não foi possível identificar as ninfas em nível de espécie, devido à falta de estruturas morfológicas importantes para a identificação de espécies. Dessa maneira, identificou-se que as três ninfas pertencem ao gênero Amblyomma Koch, 1844. Estudos de fauna de carrapatos na Amazônia brasileira são de suma importância para compreender a dinâmica de parasitismo entre carrapatos e animais silvestres, visto que esses ectoparasitas são agentes transmissores de importantes patógenos, os quais podem resultar em grandes impactos na a saúde pública e veterinária. 

Palavras Chave

Amazônia; Carrapato; Aracnida; Ixodideos; Jibóia; Serpentes