Dados do Trabalho
Título
Alternativas para o piriproxifeno? Avaliando larvicidas na estratégia de auto-disseminação de larvicida para o controle de Aedes aegypti
Introdução
Entre as diversas estratégias de controle vetorial de Aedes aegypti, a auto-disseminação de larvicida (ADL) figura como uma das mais baratas e eficazes. No entanto, a estratégia no Brasil utiliza somente o larvicida Piriproxifeno (PPF). Avaliar possíveis substitutos a este composto é necessário para manter a estratégia viável em caso de surgimento de mosquitos resistentes à PPF. Entre os disponíveis para avaliação, estão os larvicidas Diflubenzuron (DFB) e Espinosade (SPN), já utilizados no Brasil para o controle de mosquitos vetores.
Objetivo (s)
O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de disseminação de DFB e SPN, bem como os possíveis efeitos sobre a longevidade e fertilidade das fêmeas de Ae. aegypti expostas.
Material e Métodos
Realizamos um bioensaio para avaliar a viabilidade das formulações disponíveis de PPF (controle positivo), DFB, SPN, pedra-pomes (controle negativo) e a susceptibilidade da população de Ae. aegypti utilizada. Em seguida, a partir da construção de gaiolas entomológicas, realizamos bioensaios de auto-disseminação com cada um dos produtos avaliados. Os fenótipos apresentados pelos imaturos mortos no bioensaio de viabilidade e susceptibilidade foram classificados de acordo com os efeitos desses larvicidas, descritos na literatura, e foram utilizados para reforçar a ocorrência de disseminação no bioensaio de auto-disseminação.
Resultados e Conclusão
No bioensaio de viabilidade e susceptibilidade não houve emergência nos grupos tratados com os larvicidas avaliados, somente no grupo controle. Para os bioensaios de auto-disseminação, a probabilidade de emergência nas gaiolas tratadas com PPF, DFB, SPN e pedra-pomes foi de 0,322, 0,581, 0,774 e 0,917, respectivamente. As fêmeas expostas ao PPF e ao DFB não apresentaram diferenças na longevidade quando comparadas ao grupo controle, no entanto, às fêmeas expostas ao SPN tiveram risco de morte 2,45 vezes maior. No tocante aos fenótipos encontrados, 71,1% eram referentes a alterações causadas por PPF. Em relação aos ovos coletados, a probabilidade de eclosão para os provenientes de fêmeas expostas a PPF, DFB, SPN e a pedra-pomes foi de 0,705, 0,424, 0,517 e 0,653, respectivamente. Os ovos eclodidos demonstraram probabilidades superiores a 0,994 de atingir a fase adulta, independente do larvicida ao qual as mães foram expostas. É possível concluir então que entre os larvicidas avaliados, possivelmente somente DFB é um substituto viável ao PPF na ADL. Enquanto o SPN pode vir a ser um composto utilizado em armadilhas letais.
Palavras Chave
Aedes aegypti; Controle Vetorial; Pyriproxyfen; Diflubenzuron; Espinosade
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Prêmio Jovem Pesquisador
2.Concorrer na categoria - Mestrado
Autores
Ayrton Sena Gouveia, Gabriela Brandino Aquino Abreu, Francisco Augusto Silva Ferreira, José Joaquín Carvajl Cortés, Fernando Abad-Franch, Sérgio Luiz Bessa Luz