Dados do Trabalho
Título
Dengue no Brasil: análise e desafios de uma década de sucessivas epidemias
Introdução
O Brasil apresenta transmissão sustentada de dengue desde 1986, mas as sucessivas epidemias observadas no início desta década nos aponta a necessidade de nos voltar para a década anterior em busca de compreender o cenário atual.
Objetivo (s)
O objetivo deste trabalho é identificar os principais fatores determinantes e alternativas de controle da dengue no Brasil.
Material e Métodos
Os dados analisados foram extraídos de relatórios, boletins epidemiológicos e das Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue do Ministério da Saúde.
Resultados e Conclusão
Em 2010, o Brasil viu um sinal de alerta com 1 milhão de casos de dengue. Ocorreram epidemias em 2013, 2015 (a maior até então), 2016 (sequência do processo) e 2019, em média de 1,3-1,6 milhões de casos em cada ano. Fatores que explicam a concentração de cinco grandes epidemias em 10 anos incluem entrada de novos sorotipos, fenômenos ambientais e climáticos e, sobretudo, gestão da saúde. Até 2010, o país possuía organização de respostas mais efetiva no combate à dengue, assessorias permanentes a Estados e municípios prioritários, reservas estratégicas de insumos e equipamentos para socorrer estados e municípios e curso de capacitação nacional e internacional de gestão da dengue. Além disso, havia uma relação institucional hierárquica eficiente entre as unidades federativas. A partir de 2011, observou-se um isolamento entre elas, corte dos Consultores da Dengue nos Estados, irregularidades no abastecimento de insumos estratégicos com destaque para larvicidas em 2015 e de kits de diagnósticos, e a questão cada vez maior do subfinanciamento, comprometendo toda a cadeia de atuação do controle. Essa situação tornou-se mais grave com os casos autóctones e força de transmissão de Zika e Chikungunya e as correlações com microcefalia e cronicidade, respectivamente. É imprescindível reestruturar processos de trabalho, amplo diagnóstico situacional, identificar precariedades nos serviços, política sustentada de recursos humanos, financiamento adequado à Vigilância e possibilidade atual da vacina para Dengue com imunização em massa. Além disso, ressalta-se que o setor saúde sozinho não conseguirá resolver o problema das arboviroses, é necessário envolvimento intersetorial, com os segmentos do meio ambiente, educação, saneamento, entre outros. Portanto, urge grande pacto federativo com responsabilização dos três entes de governo, passos decisivos e inéditos de decisão política que de fato possa colocar as arboviroses como legítimas prioridades de Governo.
Palavras Chave
dengue; Arboviroses; Epidemias.
Área
Eixo 08 | Arboviroses humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Alan Batista Santos, Nélio Batista Morais, Gabriel Silva Oliveira, Geziel Santos Souza, Robéria Lima Alencar, Francisco Soares Junior, Maria Cilene Chaves, Sandra Martins Araújo, Nélio Magalhães Morais, Carlos Alberto Santos Barbosa