Dados do Trabalho
Título
Avaliação dos indicadores de tratamento de pacientes com Esquistossomose Mansoni no estado de Alagoas (2013 a 2023)
Introdução
A esquistossomose mansoni é uma doença parasitária grave, causada por vermes trematódeos da espécie Schistosoma mansoni. É uma parasitose que representa um relevante problema de saúde pública em todo o mundo, principalmente em países tropicais, ou subtropicais e em desenvolvimento, como o Brasil. Afeta principalmente pessoas que vivem em áreas rurais próximas a grandes coleções hídricas, com progressão para regiões urbanas e turísticas. O estado de Alagoas faz parte da área endêmica para esquistossomose, 69% dos seus municípios (70/102) apresentam pessoas infectadas e transmissão persistente de S. mansoni.
Objetivo (s)
Este estudo objetivou analisar os indicadores sobre tratamento de pacientes com esquistossomose, atendidos pelo Programa de Controle da Esquistossomose (PCE) no período de 2013 e 2023.
Material e Métodos
Estes dados, que são reportados no Sistema de Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE), foram gentilmente cedidos pela Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas (SESAU). Os resultados obtidos demonstraram que, entre 2013 e 2023, o PCE realizou em Alagoas 1.597.136 testes coproparasitológicos. O método utilizado para os testes foi a técnica de Kato-Katz, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde.
Resultados e Conclusão
Durante o período analisado foram realizados 1.597.136, sendo 71.307 positivos para S. mansoni, representando uma prevalência de 4,5%. Do total de participantes positivos, apenas 74,5% foram tratados com Praziquantel. Esse dado demonstra que aproximadamente um quarto dos indivíduos diagnosticados (25,5%) durante o período analisado não receberam tratamento para a doença. Adicionalmente, isso evidencia que Alagoas ficou abaixo da meta de tratamento preconizada pelo Ministério da Saúde que é de 90%. Esse resultado pode impactar severamente na evolução clínica dos pacientes e diretamente no controle da doença, pois essa parcela da população que é diagnosticada e não tratada, juntamente com a falta de saneamento básico podem ser responsáveis pela manutenção do ciclo de transmissão da esquistossomose na área endêmica de Alagoas. Além do mais, essa realidade representa um desafio para as metas de controle e eliminação da esquistossomose nas áreas endêmicas até 2030, conforme estabelecido pela Organização Mundial da Saúde.
Palavras Chave
Esquistossomose; Alagoas; Praziquantel; PCE
Área
Eixo 07 | 3.Helmintíases humanas e veterinárias - Esquistossomose
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Flávia Silva Damasceno, Vanessa Gabriella Bernardino Barbosa, Rose Kethelyn Souza Avelino, Bruna Mesquitas de Moraes, Thuelly Juvêncio da Rocha, Amanda Gabrielly Tenório Venancio, Lucas Almeida Andrade, Márcio Bezerra-Santos, Wagnner José Nascimento Porto