Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DESCRITIVA DA OCORRÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÕNICA NO ESTADO DE SÃO PAULO.
Introdução
A esquistossomose mansônica é um problema de saúde pública no estado de São Paulo (ESP).
Objetivo (s)
O estudo do seu perfil epidemiológico permite avaliar e readequar estratégias de controle.
Material e Métodos
Para tal, foram utilizados os dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação-SINAN, de 2006-2019, sendo realizadas análises descritivas.
Resultados e Conclusão
Dentre 11.987 casos de esquistossomose confirmados, 74% (8871) eram importados e 12,3% (1476) autóctones do ESP. Dentre esses últimos, observou-se no período estudado, redução do número de casos, destacando-se de 2014 a 2018 com uma média de 76,6 casos/ano, e os anos de 2007 e 2009 com maior registro de casos, 166 e 194, respectivamente; 81,6% dos casos ocorreram em zona urbana e 70,9% (1046) tinham o município de residência como local de infecção. O tempo do aparecimento do sintoma até a confirmação do caso variou de 0 a 775 dias (média = 64,7 e mediana = 30). Crianças (<11 anos) e idosos (>56 anos) representaram 22,89% e 17,69% dos casos, respectivamente, e dentre o sexo a maioria 58,0% era masculino; 11,6% (172) eram estudantes e 12,2% (181) donas de casa ou aposentados, no entanto, 51,1% (754) dos casos sem informação. Quanto à forma clínica, de 1170 casos, 87,0% eram da forma intestinal, sendo que 3,9% outras, entre essas a forma neurológica da esquistossomose. Destaca-se que 8,9% das mulheres infectadas (620) eram gestantes (56). O tratamento foi realizado em 1266 casos, das quais 94,9% (1201) utilizaram praziquantel. Com relação ao desfecho 908 (61,5%) casos resultaram em cura (96,8%), 2,2% sem resposta e 1,0% foram a óbito por outras causas. Com relação ao local provável de infecção destacam-se os municípios de Peruíbe (177), São Paulo (176) e Campinas (166) e as Regionais de Saúde de Campinas (383) e São Vicente/Vale do Ribeira (359). Em virtude do exposto, verifica-se a importância e a necessidade do monitoramento epidemiológico da esquistossomose em áreas vulneráveis dos municípios destacados e de outros municípios das Regiões mais afetadas. A avaliação do perfil epidemiológico permite a orientação das medidas preventivas para grupos de risco e, ainda, direciona para maior compreensão do que leva o indivíduo ao contato com a coleção hídrica, auxiliando na adequação das estratégias de controle e retroalimentando os serviços de atenção básica de saúde para a melhoria da informação, dos grupos de maior risco de adoecer e se tornar um caso grave e do entendimento das necessidades de sua comunidade.
Palavras Chave
Esquistossomose mansoni; análise descritiva; Perfil epidemiológico
Área
Eixo 07 | 3.Helmintíases humanas e veterinárias - Esquistossomose
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Laurence de Oliveira Carneiro, Vera Lucia Fonseca de Camargo-Neves, Igor Santana Pacheco de Souza, Roberta Spínola, Debora Oliveira Nunes, Anaiá da Paixão Sevá