Dados do Trabalho

Título

FATORES ASSOCIADOS AO ADOECIMENTO POR TUBERCULOSE E DIABETES

Introdução

O Diabetes Mellitus (DM) aumenta o risco de Tuberculose (TB) ativa, estando relacionado também a falha no tratamento e a recaída de TB.  No Brasil, há poucos estudos sobre a temática e  desconhecimento acerca do manejo integrado das duas condições. Compreender a situação de saúde dos pacientes com DM/TB é fundamental para subsidiar a implantação dos cuidados de manejo integrado entre as comorbidades.

Objetivo (s)

Analisar os fatores associados ao adoecimento por DM/TB em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Material e Métodos

Estudo transversal, analítico de abordagem quantitativa, realizado com dados do Sistema de Notificação (SINAN) de Belo Horizonte, período de 2015 a 2022. Foram incluídos dados de maiores de 18 anos, diagnosticados com TB pulmonar e DM. Os casos duplicados foram excluídos. As variáveis sociodemográficas e clínicas foram selecionadas para análise. Realizou-se Regressão de Poisson com variância robusta, utilizando-se o software SPSS. Entraram no modelo, variáveis que apresentaram p<0,2 a partir do  qui-quadrado. Analisou-se o fator de colinearidade entre as variáveis, considerando o VIF<10 e tolerância>0,2. Foram obedecidos os critérios éticos da resolução nº466/2012. Resultados: No período, foram registrados 5.363 casos de tuberculose pulmonar, desses, 567 (10,57%) apresentaram associação com DM. A prevalência da associação DM/TB foi maior em mulheres (14,8%), brancos (15,8%), maiores de 40 anos  (18,1%), com até 4 anos de estudo (13,9%), que não recebiam auxílio do governo (12,7%). A associação DM/TB prevaleceu em quem não fazia uso de drogas ilícitas (12,9%), de tabaco (12,8%) e de álcool (12,4%). Os fatores associados a DM/TB foram ser do sexo masculino (p= 0,000; RP: 0,709; IC: 0,601-0,836), ser não branco (p= 0,001; RP: 0,750; IC: 0,633-0,889) e ser maior de 40 anos (p= 0,000; RP: 4,613; IC: 3,602-5,907).

Resultados e Conclusão

Ainda que a incompletude dos dados tenha limitado o estudo, os achados evidenciam que ser do sexo masculino e não branco apresentou ser um fator de proteção, contribuindo em 29,1% e 25% para a diminuição da associação, bem como, risco aumento em 4,6 vezes em maiores de 40 anos. A associação analisada pela regressão diverge do encontrado na literatura em relação à raça/cor.

Palavras Chave

Tuberculose; diabetes; Sistemas de Informação em Saúde; Comorbidades; Atenção primária à saúde