Dados do Trabalho

Título

Avaliação da técnica de minicultura para o diagnóstico parasitológico da Leishmaniose Visceral em cães submetidos à eutanásia no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI - Fiocruz).

Introdução

O método tradicional de cultura (MTC) é considerado padrão de referência no diagnóstico das leishmanioses. Sua grande vantagem é permitir o isolamento parasitário, a criopreservação e a caracterização da espécie circulante, essenciais para estudos epidemiológicos e de vigilância. Porém, o MTC apresenta desvantagens como custo elevado, possibilidade de contaminação das amostras por fungos ou bactérias, necessidade de um período prolongado de incubação (até 30 dias para finalizar o diagnóstico), estrutura laboratorial específica e equipe técnica treinada. Visando a melhoria da técnica de cultura tradicional, algumas variações têm sido descritas, dentre elas a minicultura (MC), que apresenta melhores resultados de sensibilidade, tempo de diagnóstico e custo reduzidos.

Objetivo (s)

Diante disso, objetivamos avaliar a minicultura para o diagnóstico parasitológico da leishmaniose visceral canina (LVC), comparando com a MTC em amostras de pele íntegra, baço, aspirados de medula óssea e linfonodo de cães infectados com L. (L.) infantum submetidos à eutanásia no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI – Fiocruz).

Material e Métodos

Para avaliar a eficácia da técnica de MC foram utilizados 2 tipos de tubos, com capacidade de 4 mL (MC1) e 2 mL (MC2) em comparação com a MTC em que foram utilizados tubos com capacidade de 15 mL, todos contendo meio bifásico (NNN e Schneider’s Insect Medium®) para o crescimento do parasito. A observação dos promastigotas foi realizada em 5 leituras em microscópio óptico com intervalos: 3 a 5 dias, 7, 14, 21 e 28 dias após a inoculação das amostras nos respectivos tubos. Para cumprir o objetivo deste trabalho não houve a necessidade de manipulação animal direta, somente manipulação de amostras clínicas, que foram cedidas pelo LapClinDermozoo- INI-Fiocruz, não havendo necessidade de autorização da Comissão de Ética Animal.

Resultados e Conclusão

Até o momento foram incluídos 12 cães provenientes do município de Barra Mansa, região endêmica para leishmaniose canina no Rio de Janeiro. Oito animais apresentaram resultados positivos tanto na MC1 quanto na MC2, em comparação com 6 animais positivos na MTC. Estes resultados demonstram uma maior positividade da MC em comparação a MTC, destacando o linfonodo como o sítio com a maior positividade. Diante disso, espera-se que a utilização da MC resulte em uma melhoria na acurácia diagnóstica das leishmanioses em relação à cultura tradicional.

Palavras Chave

Leishmaniose Visceral; cães; Diagnóstico parasitológico; Minicultura.