Dados do Trabalho
Título
Primeiro registro da detecção de anticorpos anti-Rickettsia rickettsii em animais residentes em municípios de Alagoas, nordeste do Brasil.
Introdução
Riquetsioses são zoonoses causadas por bactérias do gênero Rickettssia spp. Dentre as principais espécies estão as Rickettsias do Grupo Febre Maculosa brasileira, na qual se inclui a espécie Rickettsia rickettsii, responsável pela maioria dos óbitos registrados no país. No Brasil, a maioria dos casos de febre maculosa ocorrem na Região Sudeste, com casos esparsos em outros estados, justificando a importância de maiores estudos na região Nordeste, devido à falta de informações sobre sua ocorrência e seu real impacto na medicina humana e veterinária.
Objetivo (s)
Objetivou-se relatar a ocorrência de anticorpos anti-Rickettsia rickettssi em animais de municípios alagoanos com notificação de casos humanos de febre maculosa (suspeitos/confirmados) no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) nos anos de 2022 e 2023.
Material e Métodos
O estudo foi submetido e aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal de Alagoas (Protocolo 08/2023). Foram selecionados quatro municípios: Maragogi; Palmeira dos Índios; Senador Rui Palmeira; e São José da Tapera. Foram colhidas amostras de 110 animais, sendo 92 da espécie canina e 18 da espécie equina. Amostras de sangue foram obtidas pela venopunção da veia cefálica, identificadas, centrifugadas para separação do soro e armazenadas a -20°C até a realização da técnica sorológica. As amostras foram submetidas à Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) para detecção de anticorpos anti-Rickettsia rickettsii, no laboratório de Ixodídeos da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Federal de Uberlândia. Padronizou-se para os testes as diluições de 1:64, 1:128, 1:256 e 1:512, sendo consideradas positivas as amostras que apresentaram títulos ≥ 1:64.
Resultados e Conclusão
Foram detectados anticorpos anti-Rickettsia rickettsii com titulação que variou de 1:64 a 1:512 em 16,3% (15/92) dos cães e 77,7% (14/18) dos equinos, provenientes dos municípios de Maragogi, Palmeira dos Índios e São José da Tapera. As titulações apresentadas nos cães foram, respectivamente, 1:64 em 6,66% (1/15), 1:128 em 13,33% (2/15); 1:256 em 33,33% (5/15) e 1:512 em 46,66% (7/15). Os equinos apresentaram, respectivamente, titulações de 1:64 em 42,85% (6/14); 1:128 em 14,28% (2/14); 1:256 em 28,57% (4/14) e 1:512 em 14,28% (2/14). Os resultados sugerem que as bactérias do gênero Rickettsia spp. circulam no território alagoano e chama a atenção para a necessidade da realização de mais estudos para melhor compreensão da epidemiologia da enfermidade na região.
Palavras Chave
febre maculosa; Riquetsioses; Saúde Pública; Inquérito Sorológico.
Área
Eixo 11 | 2.Outras infecções por bactérias, humanas e veterinárias - Febre maculosa
Prêmio Jovem Pesquisador
4.Não desejo concorrer
Autores
Clarício Alvim Bugarim Neto, Eduarda Viana Mafra Cardoso, Vanessa Gabriella Bernardino Barbosa, Flavia Silva Damasceno, Waldinea Maria da Silva, Anderson Brandão Leite, Rodrigo da Costa Maia, Amanda Ferreira Rezende, Matias Pablo Juan Szabó, Wagnner José Nascimento Porto