Dados do Trabalho
Título
Avaliação dos efeitos adversos e das medicações utilizadas no tratamento da hanseníase em uma unidade de referência para hanseníase do município de São Paulo (SP)
Introdução
A hanseníase, doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae, representa um importante problema de saúde pública no Brasil, sendo o diagnóstico e o tratamento precoces pilares para a diminuição dos casos.
Objetivo (s)
Avaliar quais medicações são utilizadas no tratamento da hanseníase em uma unidade de referência para tratamento da doença do município de São Paulo (SP) assim como seus efeitos adversos, contribuindo para o aumento do conhecimento acerca dos fármacos utilizados no manejo do paciente e a prevalência dos efeitos adversos a esses fármacos, que podem levar a menor adesão ao tratamento.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo epidemiológico observacional descritivo retrospectivo. Após aprovação do projeto pelos CEPs do HSP-HU (ofício 383/21) e da UNIFESP (CAAE: 53277421.7.0000.5505 – parecer 5.243.423), foi realizada a coleta de dados de prontuários dos casos de hanseníase tratados e acompanhados no Ambulatório de Dermatologia-Hanseníase da UNIFESP entre os anos de 2011 a 2022, sendo excluídos pacientes que não possuíam registro eletrônico do prontuário desde o início do tratamento e/ou que não completaram ao menos 6 doses supervisionadas do tratamento, resultando numa amostra de 90 pacientes. Os dados foram anonimizados e analisados de forma descritiva.
Resultados e Conclusão
A idade variou de 6 a 81 anos, sendo que 47 apresentam idade entre 30 e 59 anos; 42 são do sexo feminino e 48 são do sexo masculino. A forma da hanseníase mais prevalente foi a dimorfa-dimorfa (29 pacientes). Dos fármacos utilizados na poliquimioterapia, a rifampicina foi utilizada por 100% dos pacientes, não sendo necessária sua descontinuação, a clofazimina por 96,6% dos pacientes, não descontinuada em nenhum caso e a dapsona foi utilizada por 98,88% e descontinuada por 32 deles. Das medicações utilizadas como substitutivas, a ofloxacina foi utilizada por 16,6% dos pacientes e a minociclina por 7,7%. Para tratamento da reação hansênica, a prednisona foi a mais empregada e para o tratamento da dor neuropática, a carbamazepina foi o fármaco mais usado. Houve 45 casos de efeitos adversos, 32 relacionados à dapsona, 8 à clofazimina e 1 à talidomida, amitriptilina, gabapentina, metotrexato e prednisona; A anemia hemolítica relacionada ao uso da dapsona foi o efeito adverso mais encontrado no estudo (28 pacientes). Outros efeitos adversos da dapsona foram bicitopenia (2 pacientes), exantema (1) e síndrome sulfona (1). Houve 7 casos de pigmentação cutânea e 1 de xerose cutânea relacionados à clofazimina.
Palavras Chave
Hanseníase; poliquimioterapia; drogas; efeitos adversos
Área
Eixo 13 | Tuberculose e outras Microbactérias humanas e veterinárias
Prêmio Jovem Pesquisador
1.Concorrer na categoria - Graduado
Autores
Rebeca Lundii Oliveira Pereira, Marcos César Florian