Dados do Trabalho

Título

Saúde Ambiental e Geohelmintíases como Estratégia Problematizadora na Formação em Saúde no Sul da Bahia.

Introdução

A prevalência global de geohelmintíases permanece relativamente estável nas últimas três décadas, mas a alta incidência entre populações que enfrentam vulnerabilidade social e epidemiológica continua a ser um problema significativo e atual de saúde pública na Ásia, África e América do Sul.

Objetivo (s)

Este trabalho visa estabelecer a prevalência das geohelmintíases em dado território-processo para superar a abordagem limitada das disciplinas tradicionais sobre helmintologia humana no desenvolvimento de experiências interdisciplinares.

Material e Métodos

A helmintologia humana foi adotada como estratégia problematizadora para estudantes de graduação resolverem situações complexas do processo saúde doença em um território do Sul da Bahia. Os autores utilizaram o método do arco de Charles Maguerez para construção de conhecimento coletivo em diagnósticos locais de saúde, enfatizando a colaboração entre estudantes e agentes comunitários de saúde. Por meio da combinação de métodos parasitológicos tradicionais e algumas adaptações, as geohelmintíases mais prevalentes surgiram como um problema de saúde significativo, uma vez que representam riscos ambientais continuados no território.

Resultados e Conclusão

A prevalência total de parasitas foi igual a 55% nas cinco microáreas, onde os enteroparasitas mais patogênicos prevalentes foram: Giardia spp. (22%), Trichuris trichiura (12%), Ancylostoma spp. (13%), Entamoeba histolitica/dispar (14%), Ascaris lumbricoides (2%) e Enterobius vermicularis (2%). A partir dessas análises, o teste Qui-Quadrado de Pearson (X2) demonstrou associação estatisticamente significativa entre as variáveis: contaminação do solo e geohelmintíases possibilitando rejeitar a hipótese de independência (p valor < 0,001); e o teste V de Cramer (p valor = 0,407) indica uma forte associação entre as variáveis. Em relação às amostras de solo, os resultados indicaram que cerca de 65% das amostras de solo analisadas estavam contaminadas com larvas de ancilostomídeos, a maior parte do estágio filariforme de ambos Ancylostoma spp. e Strongyloides stercoralis devido a diferenças morfológicas típicas. A contagem de larvas varia de 3 a 1.500 (média = 692) por 500 g de solo. A problematização com inserção ambiental auxiliou no desenvolvimento de competências dos estudantes para uma prática diagnóstica e de cuidados em saúde mais realista e socialmente integrada. O estudo reforça a importância de abordar estas questões por meio da formação profissional em saúde ambiental para enfrentamento das geohelmintíases.

Palavras Chave

Ancilostomíase; Helmintologia; parasitologia; Saúde ambiental