Dados do Trabalho
Título
Organização e Estrutura de Unidades Básicas de Saúde para o Atendimento aos Pacientes com Doença de Chagas na Região Norte de Minas Gerais: Projeto SaMi-Trop
Introdução
A região norte de Minas Gerais (MG) é reconhecida como endêmica para doença de Chagas (DC). É na Atenção primária em saúde (APS) que deve ocorrer, prioritariamente, o rastreamento, diagnóstico e tratamento da DC.
Objetivo (s)
Avaliar as condições de organização e estrutura das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de dois municípios do norte de MG para o adequado atendimento aos pacientes com DC.
Material e Métodos
Trata-se de estudo de caso desenvolvido como etapa de um projeto de implementação, conduzido pelo grupo de pesquisa SaMi-Trop, com financiamento do National Institutes of Health (NIH, U19AI098461-06). Foram avaliadas todas as UBS dos municípios participantes: município 1 (7.672 hab. distante 173,6 km do município pólo, quatro UBS); município 2 (4.503 hab. distante 114,9 km do município pólo, três UBS). Utilizou-se um formulário estruturado que considerou características da UBS e a presença de documentação para solicitação do tratamento para DC. Um profissional de referência de cada UBS guiou a visita e forneceu informações. O estudo foi aprovado pela CONEP sob protocolo número 6.045.314.
Resultados e Conclusão
Quanto à localização, duas UBS de cada município estavam localizadas em zona urbana. No município 1, uma UBS não apresentava médico. Todas as UBS contavam com pelo menos um enfermeiro, relataram não possuir fluxo estabelecido para atendimento a DC e, nem realizavam rastreio. No município 1, todas as UBS tinham registro do número de pessoas com DC no território, enquanto no município 2, nenhuma UBS possuía esse registro, embora em ambos os municípios é reconhecido a grande prevalência da DC. Quanto à ficha de encaminhamento (referência), todas as UBS do município 1 e apenas uma UBS do município 2, possuem esse documento. No município 1, nenhuma das UBS possuem ficha de solicitação do benzonidazol (BZN) e apenas uma possui a ficha de notificação da DC crônica. Já no município 2, apenas uma UBS possui ficha de solicitação do BZN e duas UBS possuem ficha de notificação DC crônica. Observou-se que algumas UBS carecem de profissionais em número suficiente para proporcionar o atendimento adequado aos pacientes com DC. Há ausência de fluxo de atendimento, ausência de rastreio e acompanhamento dos pacientes e falta de documentação para solicitar o BZN. Esses aspectos evidenciam que, mesmo em regiões endêmicas, a DC permanece negligenciada na APS.
Palavras Chave
Doença de Chagas; Atenção primária; Vigilância em saúde; Serviços de Saúde.
Área
Eixo 17 | 4.Vigilância em saúde - Outras
Prêmio Jovem Pesquisador
1.Concorrer na categoria - Graduado
Autores
Ana Julia Torres Bonfim Rocha, Ana Clara de Jesus Santos, Carlos Henrique V Moreira, Ariela Mota Ferreira, Ana Carolina de Oliveira Gonçalves, Clareci Silva Cardoso, Amanda Mota Lacerda, Léa Campos de Oliveira da Silva, Antônio Luiz Pinho Ribeiro, Ester Cerdeira Sabino, Desireé Sant’Ana Haikal