Dados do Trabalho


Título

Fatores Climáticos e Ambientais associados à Distribuição Espaço-Temporal da Leishmaniose Visceral em diferentes Biomas Brasileiros

Introdução

Os flebótomos transmissores do protozoário causador da leishmaniose visceral (LV), bem como vetores em geral, são altamente sensíveis a fatores climáticos e ambientais. Tais que caracterizam na definição de biomas, sendo que no Brasil existem seis distintos.

Objetivo (s)

O intuito foi identificar os fatores ambientais e climáticos associados com a distribuição da LV em humanos no Brasil e entender se  tal comportamento varia conforme os biomas do país.

Material e Métodos

Identificamos e comparamos as variáveis climáticas e ambientais associadas à incidência de LV (IncLV) em municípios do Brasil e separadamente para cada bioma, excluindo municípios ecótonos e biomas com número insuficiente de municípios. Como variável dependente, usamos a média de IncLV trienal (2007 a 2022) em humanos, e como variáveis independentes, os  fatores climáticos (média e amplitude de temperatura, pluviosidade e umidade) e ambientais (cobertura vegetal, uso do solo e densidade urbana). Ambas aplicadas nos modelos de regressão linear generalizado de efeito misto (GLMM) com identificação de tempo e dos municípios como efeitos aleatórios, incluindo a correlação espacial entre as distâncias dos municípios. A média dos anos de tais variáveis também foram aplicadas na análise estatística espacial de Moran local e global (IMG) uni e bivariada.

Resultados e Conclusão

Considerando o GLMM para todo o Brasil, a IncLV foi significativamente e diretamente correlacionada (CD) com desmatamento e temperatura média. Para cada bioma, as variáveis significativas associadas com a IncLV foram diferentes, sendo que na Amazônia foram temperatura média (CD) e umidade média e variação urbana (correlações inversas - CI). Na Caatinga, apenas a cobertura de floresta nativa (CD). No Cerrado, a densidade urbana (CD) e altitude e desmatamento (CI). E por último, na Mata Atlântica, a temperatura média e áreas de corpos d’água (CD) e áreas de cultivo (CI). Com a análise de Moran, o maior IMG da IncLV foi da Caatinga (0,369), demonstrando áreas com alta concentração de casos, e neste bioma IncLV apresentou CD com formação florestal (IMG: 0.122). Na Amazônia apresentou CI com umidade média e CD com temperatura média (IMG = -0.257 e 0.208, respectivamente). No Cerrado, CI com altitude (IMG: -0.364) e CD com desmatamento. Na Mata Atlântica, apresentou CD com temperatura média (IGM: 0.226). Nessas análises foi possível aferir que a LV nos diferentes biomas se diferem tanto no comportamento espacial e de picos de incidência como em seus fatores associados.

Palavras Chave

Leishmania infantum chagasi; geoprocessamento; modelo de regressão; temperatura; floresta; umidade

Área

Eixo 06 | 2.Protozooses humanas e veterinárias - Leishmaniose

Prêmio Jovem Pesquisador

3.Concorrer na categoria - Doutorado

Autores

Maíra Guimarães Kersul, Lucas Edel Donato, Alexandre Guerra dos Santos, Fredy Galvis-Ovallos, Anaiá da Paixão Sevá